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SP cria blitz antiarrastão só em dia de festa

Alckmin promete mais 390 policiais por turno nas ruas em datas comemorativas, como Dia dos Namorados e Dia das Mães

Neste ano em SP, foram ao menos 16 ataques a bares e restaurantes; bar Balcão foi alvo na madrugada de ontem

AFONSO BENITES
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou reforço no policiamento para tentar conter a onda de arrastões a restaurantes na cidade.

Neste ano foram ao menos 16 casos, sendo o mais recente ontem de madrugada: no bar Balcão, no Jardins. Em 2011, ocorreram 87, disse ontem o secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto -dado que a Folha, apesar dos pedidos, nunca obteve da pasta.

O aumento da patrulha, porém, só ocorrerá em datas festivas, como Dia dos Namorados, celebrado ontem, e Dia das Mães. Nessas datas o efetivo será reforçado em pouco mais de 10%. Passará de 3.500 homens para 3.890 por turno.

Além dos PMs, grupos de elite passarão a atuar, como Rota e Força Tática, e Garra e GOE, da Polícia Civil.

O anúncio foi feito após reunião de Alckmin com a cúpula da Segurança e associações de restaurantes. O governo estabeleceu quatro frentes:

1) aumentar o policiamento em dias festivos;

2) fortalecer a investigação de receptadores dos produtos roubados nesses crimes;

3) orientar as casas a investir em prevenções primárias, como melhorar a iluminação do entorno e instalar alarmes;

4) e adotar o programa Vizinhança Solidária, que já existe em Santo André (Grande SP) e incentiva os vizinhos a observar situações suspeitas e denunciar crimes.

Alckmin disse ainda que deve, até o fim do ano, tirar 7.000 policiais de atividades administrativas para atuar nas ruas. Quando isso ocorrer, 72 mil dos 96 mil policiais do Estado atuarão em patrulhamento.

Donos de restaurantes disseram estar satisfeitos com as propostas, com exceção de um ponto: o de que o reforço será temporário. "Gostaríamos que a polícia continuasse presente em outras ocasiões", disse o vice-presidente da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes, Antônio Henrique Branco.

"Aumentar policiamento não significa o fim do crime, mas que mais uma vez ele vai migrar", disse o presidente da Associação Nacional de Restaurantes, Jun Sakamoto.

Para o sociólogo José dos Reis, as propostas são insuficientes. "Pedir para que restaurante coloque holofote é dizer: eu [Estado] não cumpro com meu dever", disse.

Ontem, Dia dos Namorados, a reportagem viu carros da PM e da Polícia Civil circulando por Pinheiros e Vila Madalena, bairros repletos de restaurantes. Muitas casas visitadas pela Folha estavam lotadas de casais, algumas com filas.

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