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Agência tem plano para salvar matas ciliares

EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O presidente da ANA (Agência Nacional de Água), Vicente Andreu Guillo, tem um plano polêmico, que deve ter resistência até no Palácio do Planalto, para proteger 100 mil quilômetros de matas que existem nas margens de rios e lagos do país.

A preservação das matas ciliares é considerada essencial por especialistas que discutiram o tema ontem na Rio+20. Sem essa ferramenta, algumas regiões do país vão sofrer escassez de água a partir da próxima década.

O plano da ANA prevê alteração nos contratos de concessão do setor de abastecimento de água para criar um fundo de preservação das matas ciliares. Vários deles começam a vencer em blocos a partir de 2015.

"Na revisão, uma das possibilidades é reduzir o valor da conta de água das pessoas. Ela será reduzida porque grande parte dos investimentos iniciais feitos pelas concessionárias já está amortizado", afirma Guillo. "Mas em vez de reduzir as contas em alguns reais, por que não criar um fundo de preservação das matas ciliares?"

Com um real, diz Guillo, dá para proteger um metro. "Como poderemos injetar R$ 100 milhões em um fundo, em vez de usar isso para abater as contas, seria possível proteger os 100 mil quilômetros."

De acordo com Guillo, que apresentou sua proposta a presidente Dilma, o governo federal tende a decidir pela redução dos valores das contas de água.

Para Ana Cristina Barros, da ONG ambiental The Nature Conservancy, a proposta da ANA é bem-vinda.

Porém, diz ela, o grande desafio é saber como os recursos vão chegar até as pessoas que serão responsáveis por preservar as florestas ciliares, como os agricultores.

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