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Outro lado

Defesa de Aref nega propina e aponta 'retaliação'

DE SÃO PAULO

O advogado de Hussain Aref Saab, Augusto de Arruda Botelho, disse que seu cliente "nega categoricamente" ter recebido propina para a liberação de qualquer empreendimento imobiliário no período em que dirigiu o Aprov (Departamento de Aprovação das Edificações).

Botelho disse que Aref nunca teve contato com Daniela Gonzalez, ex-diretora financeira da BGE, braço do grupo Brookfield para a administração de shoppings.

O advogado disse, por exemplo, que Aref não cuidava do cálculo do valor da outorga onerosa -taxa exigida pela prefeitura para liberar a construção de imóveis acima do limite básico permitido para cada área da cidade.

Daniela afirma que uma das vantagens obtidas pela empresa ao pagar propinas foi a redução do valor cobrado na outorga para a ampliação do shopping Pátio Paulista, de R$ 15 milhões para R$ 9 milhões, em 2009.

"Não tem o menor fundamento. Outorga não passava nem pelo setor dele, era coisa da Secretaria de Planejamento. Ele diz que nem sabe calcular outorga onerosa e não tinha influência alguma sobre isso", disse Botelho.

O advogado afirmou que Daniela será denunciada criminalmente por causa das acusações que fez a Aref.

Para ele, as acusações são fruto de uma disputa comercial relacionada com a ação trabalhista que a ex-diretora move contra a Brookfield e a investigação criminal que existe em relação a ela por suposto estelionato.

"Isso é uma retaliação. O Aref está sendo usado nessa disputa comercial. Essa denunciante vai responder criminalmente pelas acusações que ela fez", disse.

Aref adquiriu 106 imóveis nos pouco mais de sete anos em que dirigiu o Aprov. Ele é investigado pelo Ministério Público, pela Corregedoria-Geral do Município e pela Polícia Civil por corrupção e enriquecimento ilícito. Ele tinha rendimentos declarados de cerca de R$ 20 mil.

O advogado de Aref nega que o patrimônio de seu cliente tenha sido construído a partir de propina. Segundo ele, o ex-diretor tem herança, recebe recursos de um estacionamento da família (da qual ele não é sócio) e tem dividendos de outros investimentos financeiros.

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