Outro lado

Brookfield afirma que não compactua com atos ilícitos

	Moacyr Lopes Junior/Folhapress
	Shopping Higienópolis, que teria tido a obra liberada sem cumprir todas as exigências

A BGE (Brookfield Gestão de Empreendimentos), braço do grupo multinacional Brookfield, disse desconhecer "supostos atos de suborno e corrupção para com o poder público" para a liberação de shoppings dos quais é sócio.

A empresa foi procurada de manhã pela Folha, que pediu para falar com um de seus diretores e solicitou uma série de esclarecimentos. Nenhum executivo conversou com a reportagem. A empresa divulgou então uma nota oficial.

No texto, a Brookfield afirma que todos os seus funcionários são obrigados a seguir um código de conduta entregue no ato da contratação.

Diz ainda que não permite, não tolera e não compactua com atos ilícitos e que é "implacável" no combate a esse tipo de ação. A Brookfield não respondeu pontualmente aos questionamentos da Folha.

Leia a íntegra da nota:

"A Brookfield Gestão de Empreendimentos é uma administradora de shopping centers, com atuação em empreendimentos comerciais localizados nas maiores cidades brasileiras, mantendo relação de reputação ilibada em todos os mercados em que atua, desconhecendo supostos atos de suborno e corrupção para com o poder público.

A Brookfield Gestão de Empreendimentos respeita as autoridades constituídas e confia na atuação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, acatando suas decisões, uma vez que participa plenamente da economia e da sociedade brasileira, com larga tradição nos negócios em que atua.

A Brookfield Gestão de Empreendimentos pauta sua conduta ao longo do tempo por um Código de Conduta Ética e Profissional que todo empregado recebe ao entrar no grupo e assina, confirmando compromisso com o seu cumprimento.

Dada a sua seriedade e responsabilidade pública, a Brookfield Gestão de Empreendimentos reforça o seu compromisso com o estrito cumprimento da legislação vigente e deixa claro que não permite que sejam praticados, não compactua com, tampouco tolera atos ilícitos, sendo implacável na adoção das medidas necessárias para coibir qualquer conduta desta natureza."

OUTRAS EMPRESAS

A Seron Engenharia, empresa que, segundo Daniela Gonzalez, intermediava o pagamento de propina, informou que os pagamentos referem-se a obras no shopping Pátio Higienópolis previstas em contrato e que todos os impostos foram pagos.

Questionada sobre uma das notas fiscais (R$ 576 mil) para a fiscalização de obras do banheiro do shopping, a diretora Maria José Nores disse que "o valor é esse mesmo. A obra do banheiro custou milhões".

A PAN Serviços de Administração também negou as acusações e informou que realiza serviços técnicos de assessoria e gerenciamento legal; preparação, organização, diligenciamento, protocolo e arquivamento de documentos; transcrição de documentos e digitação de textos.