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Carlos Abi Jaudi (1910-2012)

Levou o cinema a fazendas de SP

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

Durante as décadas de 60 e 70, a bordo de uma camionete, Carlos Abi Jaudi, o Carlito, transportava um projetor 16 mm com uma missão: levar o cinema a fazendas próximas a Américo Brasiliense, município a 283 km de distância da capital paulista.

Como um bom filho de pai sírio que era, Carlito aprendeu desde cedo a trabalhar. Foi ajudante de sapateiro e cuidou de uma farmácia.

Na juventude, chegou a morar em Santos (SP), onde dividia seu tempo entre o trabalho como provador de café na Bolsa do Café da cidade e a prática do remo.

De volta a Américo, que tem hoje 34.478 habitantes, sentia prazer em dividir a paixão que nutria pelos filmes com os moradores da zona rural.

Preservou depois de casado seu amor pelo cinema: além de tomar conta de um armazém, foi dono do Cine São José. A filha Elisabete conta que o avanço da televisão, porém, foi responsável por afastar o público de seu negócio, levando-o a fechar.

Carlito, então, entrou para a política. Era envolvido com o tema desde que participara da emancipação da cidade em meados dos anos 60.

Foi vereador, vice-prefeito e prefeito de Américo Brasiliense na década de 70. Desde então, passou a trabalhar no gabinete da prefeitura, como uma espécie de faz-tudo.

Permaneceu como funcionário público até 2005, quando pediu afastamento, aos 95 anos de idade.

A saúde, frágil, debilitou-se ainda mais no ano passado, com a morte da mulher.

Morreu anteontem, aos 102 anos, de falência múltipla de órgãos. Deixa três filhos, seis netos e quatro bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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