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Justiça libera envio de corpo aos EUA para ser congelado

Procedimento foi pedido por engenheiro da FAB antes de morrer e gerou disputa familiar

DO RIO

O corpo de um engenheiro civil da FAB (Força Aérea Brasileira) pode ter como destino, nos próximos meses, uma clínica nos EUA onde ele será congelado, na esperança de um dia ser ressuscitado.

Um das filhas do morto, a policial federal Ligia Monteiro, conseguiu anteontem na 20ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio derrubar a liminar que impedia o traslado do corpo para uma clínica de criogenia em Detroit.

Lá, o corpo do engenheiro deverá ser congelado em nitrogênio líquido para ser ressuscitado um dia, caso a ciência médica permita.

Filha do segundo casamento de Luiz Felippe Dias de Andrade, Ligia disputa na Justiça com outras duas irmãs o destino do corpo.

As mais velhas querem sepultar no Rio o corpo do pai, que morreu aos 82 anos, em fevereiro, por complicações decorrentes de um AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Com a decisão da Justiça, por 2 votos a 1, Ligia poderia enviar o corpo aos EUA imediatamente, mas afirma que prefere esperar uma decisão final, já que as outras duas filhas ainda podem recorrer.

Segundo a policial federal, o engenheiro havia pedido para ser congelado na esperança de voltar a viver no futuro. Lígia até pagou cerca de US$ 28 mil a uma empresa norte-americana especializada.

"O que buscamos é fazer a vontade do morto. Ele acreditava que a ciência pode descobrir, no futuro, o que fez desencadear a sua morte. Não devemos desafiar a ciência, que nos surpreende a cada dia que passa", afirmou o advogado José Fernandes, representante de Ligia.

Enquanto a disputa judicial corre, o corpo do engenheiro está congelado numa funerária no Rio seguindo uma técnica semelhante à usada pela empresa norte-americana.

Ligia paga R$ 900 por dia aos donos da funerária. A conta já superou R$ 80 mil.

Há cerca de dez anos, o interesse pela criogenia ganhou fama nos EUA após a morte de Ted Williams, um dos mais importantes jogadores de beisebol da história.

O ex-rebatedor dos Red Sox de Boston fez o pedido pouco antes de morrer, e teve o corpo enviado pelo filho a uma clínica de congelamento.

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