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Luiz Camargo Wolfmann (1931-2012)

Luizão, o 'chefão' do Carandiru

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Nas prisões paulistas, no árduo convívio do dia a dia entre detentos e funcionários, existem algumas formas de tratamento, e Luiz Camargo Wolfmann sempre foi "chefão" ou "mestrão". Tudo no maior respeito. Para os amigos, porém, era Luizão.

Nascido em 28 de agosto de 1931, em Assunção, capital do Paraguai, Wolfmann é uma lenda no maior sistema prisional do Brasil, o de São Paulo, hoje com 188,5 mil presos.

Entre 1980 e 1986, foi diretor da Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru. Eram tempos de superlotação e, para controlar a cadeia, que chegou a ter 8.000 homens, Wolfmann ia trocar socos com os presos. Usava o boxe para se aproximar dos detentos e, em alguns casos, saber tudo o que se passava na prisão.

"Era um homem que tratava todos com o maior respeito, sempre olho no olho. Ele foi e será uma referência", conta Lourival Gomes, secretário da Administração Penitenciária da gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).

A escola que forma agentes para as prisões de São Paulo leva, desde 2006, o nome de Wolfmann.

Vítima de insuficiência cardíaca, Luizão morreu ontem, na casa onde vivia, no Jardim Trembembé (zona norte de SP). Estava com a companheira com quem viveu os últimos 32 anos, dona Auta Aparecida Wolfmann, 59.

Até o último dia de vida, ocupou o cargo de diretor de produção da Funap (Fundação de Amparo ao Preso).

O corpo de Luizão será cremado hoje, na Vila Alpina (zona leste de SP) Luizão deixou seis filhos (quatro homens e duas mulheres), todos do primeiro casamento.

coluna.obituario@uol.com.br

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