Defesa de Aref critica bloqueio; vereador do PR nega acusação

O advogado Augusto de Arruda Botelho, defensor de Hussain Aref Saab, disse que não há necessidade de bloquear os bens de seu cliente.

Botelho afirmou que todos os bens de Aref estão em nome dele ou de sua empresa, a SB4 Patrimonial, na qual é sócio da mulher e de dois filhos -um deles é o delegado de polícia Luiz Fernando Saab.

"Além de devidamente declarados em sua declaração de Imposto de Renda, [os bens] estão todos contabilizados e foram adquiridos com recursos próprios de origem absolutamente lícita", afirmou o advogado.

"Não há qualquer necessidade, portanto, de serem bloqueados. Entretanto, caso a Justiça assim entenda, apresentaremos os recursos cabíveis", concluiu Botelho.

Desde o mês passado, quando o "TV Folha" revelou a explosão patrimonial de Aref, o ex-diretor da prefeitura só se comunicou com a Folha por meio de seu advogado. Em todos os contatos, Botelho negou que seu cliente tivesse recebido propina para liberar empreendimentos.

Já o vereador Aurélio Miguel (PR) entrou ontem com um pedido de abertura de inquérito policial contra Daniela Gonzalez, ex-diretora financeira da BGE, que afirmou à Folha que a empresa pagou propinas ao parlamentar.

Na versão de Daniela, Miguel e Aref receberam R$ 640 mil para intermediar a liberação de licenças do shopping Pátio Paulista.

Ela também afirmou que o vereador recebeu R$ 200 mil de cada um dos cinco shoppings dos quais a BGE é sócia para não incluir os empreendimentos no relatório da CPI do IPTU em 2009.

Em nota, Aurélio Miguel afirma "que jamais participou de esquema de propina, reitera que são infundadas e inverídicas as acusações e mais uma vez se coloca à disposição do Ministério Público para todo e qualquer esclarecimento".

No pedido de abertura de inquérito, o vereador diz que se tornou "ídolo nacional de milhões de brasileiros" ao obter duas medalhas olímpicas no judô -ouro em 1988 e bronze em 1996- e é respeitado por sua "ilibada conduta moral, ética e honesta".