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Entrevista

Chorei durante toda a missa, diz pai de menino

DO ENVIADO A BOM PRINCÍPIO (RS)

Pai do garoto, Letus Maldaner, 56, diz que foi uma "crueldade" do padre barrar a primeira comunhão pouco antes da missa. Para Maldaner, o religioso nunca se entusiasmou com a ideia de um autista participar da eucaristia.

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Folha - Como o sr. recebeu a decisão?
Letus Maldaner - Fiquei fraco, comecei a chorar.
A mãe teve que segurar ele [o menino] para não ir lá na frente, porque ele queria ir. Chorei toda a missa.
Ficamos lá só assistindo e não fomos convidados a ir à frente. Foi preconceito. A comunidade se revoltou mais do que a família.

Houve ensaios?
Foi combinado fazer vários ensaios para ele. Na última semana, ninguém se manifestou, no último ensaio não tinha padre nenhum na paróquia. Deixamos a festa toda organizada. Pensamos que ia ser tudo normal. Na entrada da igreja, ele chega curto e grosso e diz aquilo para nós.

Pretende ainda refazer a celebração?
Não sabemos. Estamos em estado de choque. Qualquer coisa a gente chora.

Como é a vida do seu filho?
Ele vai todos os dias a uma escola de crianças especiais. Tudo que nós falamos ele entende, só que ele não fala. Ele gosta muito de andar de carro, de música. Tudo o que queríamos era ter um momento feliz e o padre faz uma coisa assim.

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