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Traficantes deixam de vender crack no Rio para conter brigas

Decisão visa conter roubos, furtos e desentendimentos nas favelas

LUCAS VETTORAZZO
DO RIO

Traficantes das favelas do Jacarezinho e do Mandela, na zona norte do Rio, proibiram a venda de crack nas comunidades.

Ontem, eles afixaram cartazes nos locais alertando aos usuários que não seria mais possível comprar a droga. Outros entorpecentes continuam sendo vendidos nas duas favelas vizinhas, que são controladas pela facção CV (Comando Vermelho).

Quem divulgou a decisão dos traficantes foi a ONG Rio de Paz, presidida pelo ativista dos direitos humanos Antônio Carlos Costa. De acordo com Costa, os traficantes tomaram a decisão após aumento no índice de roubos, furtos e brigas nas comunidades.

Os traficantes do Rio são conhecidos por não permitir esse tipo de atitude nas áreas sob seu domínio.

Costa afirmou que os bandidos calculam que pelo menos mil usuários frequentem as duas favelas diariamente em busca do crack. Ainda segundo o ativista, eles afirmam que a venda de crack representa 50% da receita do tráfico no local.

Entretanto, a venda da droga não estaria compensando, por conta dos problemas e da atenção que o movimento chama do poder público.

Costa acredita que a iniciativa deve se espalhar para outras comunidades.

"A ação é apoiada pelos moradores, que estão cansados em lidar com esses usuários. O crack destrói a pessoa de uma forma que ela vira um zumbi", afirmou Costa.

A maior preocupação agora, diz, é saber para onde vão os usuários. "A proibição vai provocar a migração de dependentes para outros locais. Queremos que o governo se adiante a esse processo."

A reportagem não conseguiu contato com a Secretaria de Estado de Segurança do Rio na noite de ontem.

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