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Prefeitura abre processo para fechar o shopping Paulista

Fiscais abrem procedimento para cassar alvará de funcionamento do local e aplicam multam de R$ 427,8 mil

É o segundo centro de compras que corre o risco de perder a licença após as denúncias de pagamento de propina

ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo abriu ontem processo de cassação da licença de funcionamento do shopping Pátio Paulista, na Bela Vista, região central da capital.

Também foi aplicada uma multa de R$ 427,8 mil para as empresas responsáveis pelo estacionamento e pelo lava-rápido que funcionam no empreendimento. A prefeitura não divulgou os nomes das empresas.

O processo foi aberto porque foram detectadas pela Subprefeitura da Sé irregularidades com os estacionamentos do shopping, o interno e o externo, que vinham funcionando sem alvará.

Além disso, o empreendimento mantinha um número de vagas inferior ao exigido pela prefeitura.

Parte do estacionamento principal é ocupado por um lava-rápido, também sem alvará de funcionamento.

O Pátio Paulista é o segundo shopping a sofrer fiscalização e a receber processo de cassação de alvará pela prefeitura nesta semana.

O primeiro foi o shopping Pátio Higienópolis, onde o estacionamento principal também está operando sem licença de funcionamento.

Os dois shoppings são investigados pelo Ministério Público. A suspeita é que ambos passaram a funcionar graças ao pagamento de propinas, entre outras pessoas, ao vereador Aurélio Miguel (PR) e ao ex-diretor do Aprov Hussain Aref Saab.

Conforme o "TV Folha" revelou no mês passado, Aref adquiriu 106 imóveis nos pouco mais de sete anos em que ele dirigiu o Aprov, setor responsável pela aprovação de empreendimentos de médio e grande portes.

Ontem, o Ministério Público ingressou na Justiça com um pedido de quebra dos sigilos fiscais e bancários de Aref e de empresas suspeitas de participar do esquema de pagamento de propina a agentes públicos, inclusive acionistas dos dois centros de compras.

As fiscalizações da prefeitura foram iniciadas após a Folha publicar entrevista com Daniela Gonzalez, ex-diretora financeira da BGE, empresa do grupo Brookfield, que administra shoppings.

Ela diz que a BGE pagou propinas para conseguir a liberação de shoppings -entre eles o Pátio Paulista e o Pátio Higienópolis.

Este último também é investigado, pelo município e pela Promotoria, sob a suspeita de ter apresentado um contrato falso de dois estacionamentos com 470 lugares.

Daniela afirma que os contratos apresentados são falsos e só foram aceitos mediante propina.

MOOCA

Também foi multado ontem o shopping Mooca Plaza, em R$ 205 mil, por funcionar sem licença.

O local tem 30 dias para legalizar a situação. Caso isso não ocorra, o município abre um processo de interdição.

Colaborou MARCELLE SOUZA

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