Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Acidente em obra do Metrô mata dois trabalhadores

Guindaste cai na futura estação Eucaliptos, vizinha ao shopping Ibirapuera

Empresa apura causas da queda e diz que prestará assistência às famílias; obra deve ser entregue em 2015

EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

A queda de um guindaste matou ontem dois trabalhadores na obra da futura estação Eucaliptos da linha 5-lilás do metrô, em frente ao shopping Ibirapuera, na zona sul de São Paulo.

José Exerei Oliveira Silva, 39, e Antônio José Alves Ribeiro, 31, morreram na hora, esmagados pela lança do equipamento. Dezenas de funcionários que trabalhavam no local escaparam.

De acordo com o coronel Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil Municipal, apesar de sua experiência em acidentes desse tipo, ele nunca tinha visto um guindaste dobrar como ocorreu ontem na obra do metrô.

Essas máquinas, que erguem dezenas de toneladas, são formadas pelo carro, onde fica o operador, e a lança, uma espécie de torre de ferro entrelaçado com mais de dez metros de altura. Ela é presa ao veículo por cabos de aço.

GRAVIDADE

No acidente fatal que aconteceu ontem, o mais grave em uma obra do metrô de São Paulo depois do desabamento em Pinheiros, que matou sete pessoas em 2007, em vez de a lança cair toda para a frente, ela cedeu lateralmente na frente da cabine do operador da máquina.

"Se ela tivesse caído toda para frente, teria atravessado a avenida [Ibirapuera] e atingido o outro lado [perto do shopping]", disse Paca.

De acordo com o Metrô e com a Defesa Civil de São Paulo, a causa do acidente ainda vai ser apurada, com base nos laudos técnicos.

Existem, porém, duas hipóteses que podem ajudar a explicar a morte dos trabalhadores. Uma delas é a fadiga de material, decorrente do uso de um equipamento muito velho e sem manutenção.

O operador também pode ter cometido alguma falha.

ASSISTÊNCIA

Segundo Walter Castro, diretor de engenharia e construção do Metrô de São Paulo, a empresa vai dar assistência às famílias das vítimas.

O executivo, que esteve na obra depois das mortes, afirma que a fatalidade não vai comprometer o cronograma das construções.

A previsão é entregar a extensão da linha-5 até o segundo semestre de 2015.

A futura estação Eucaliptos, ao lado da estação Moema, faz parte de um lote que está sendo construído pelo consórcio Heleno & Fonseca, Triunfo e Iesa.

A máquina que causou o acidente é da Fundesp, empresa subcontratada.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.