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Apagados, EUA mandam Hillary só no último dia

FERNANDO RODRIGUES
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Há 20 anos, o noticiário da Eco-92 era totalmente dominado pela presença das posições dos Estados Unidos em todos os debates. Na Rio+20, os norte-americanos estiveram longe dos holofotes.

O trabalho mais efetivo do governo dos EUA foi nos bastidores, para impedir alguns avanços no texto final da Rio+20. Por exemplo, os norte-americanos se opuseram fortemente à criação de um fundo de US$ 30 bilhões para financiar a transição dos países a um modelo de desenvolvimento sustentável.

Ontem, no último dia do evento, chegou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Sua intenção era passar menos de 24 horas no Rio. Em 1992, veio o então presidente dos EUA, George Bush.

Na sua agenda ontem, Hillary não foi recebida por Dilma Rousseff - apesar de ter solicitado uma reunião bilateral. A chefe da diplomacia norte-americana fez um anúncio de US$ 20 milhões para programas de energia limpa na África -um valor pequeno perto dos US$ 2 bilhões que o Congresso dos EUA aprovou no ano passado para esse tipo de empreendimento em países em desenvolvimento.

DIREITOS REPRODUTIVOS

No seu discurso na plenária da Rio+20, um pouco antes do almoço, Hillary disse que os EUA são um país que assegura os "direitos reprodutivos" da mulher de escolher quando quer ter filhos.

"Os EUA vão continuar trabalhando para assegurar que esses direitos sejam respeitados", afirmou a secretária de Estado norte-americana.

Esse termo ("direitos reprodutivos") constava do documento final da Rio+20 entregue aos chefes de Estado e de governo, mas foi trocado pelo Brasil por pressão do Vaticano e de países árabes. No lugar ficou "saúde reprodutiva", numa referência ao direito das mulheres de acesso a métodos de planejamento familiar.

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