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Nilton José Fontoura de Camargo Filho (1963-2012)

Construtor e restaurador de violino

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Com 20 e poucos anos, ainda no início da carreira, Nilton de Camargo voltou para casa tremendo de emoção. "Peguei um Stradivarius na mão", explicou à família.

Nilton era luthier, profissional que reforma e constrói instrumentos de corda. Para o famoso e caro violino que o deixou nervoso, havia produzido uma queixeira, acessório no qual se apoia o maxilar.

Filho de uma diretora de escola e de um bancário, nasceu em Bauru (SP) por acaso. A família tinha ido à cidade para o aniversário de uma parenta quando sua mãe entrou em trabalho de parto.

Por causa da profissão dos pais, que exigiam mudanças constantes, morou em várias cidades do interior paulista.

Nilton encontrou-se profissionalmente ao começar numa luteria em Belo Horizonte, para onde havia ido estudar música. Tocava viola (de arco, semelhante ao violino).

O contrabaixista e professor Sandrino Santoro diz que Nilton, desde jovem, já demonstrava ter muito talento.

Com uma bolsa, foi se especializar numa famosa escola de Cremona, na Itália. Lá, teve a filha, Isidora, 16, e ficou por mais de 20 anos.

Na última década, dividiu-se entre Brasil e Itália, até estabelecer seu ateliê apenas no Rio, no ano passado. Tornou-se respeitado em sua área.

Participou do documentário "Mãos que Tocam a Vida" e ia começar a restaurar o violoncelo que foi de Villa-Lobos.

Sofria de uma síndrome que aumenta o número de plaquetas no sangue. Morreu no domingo (17), aos 49, após parada cardíaca. Foi velado no Rio e enterrado anteontem em São Paulo, pois a família esperou a chegada da filha da Itália.

coluna.obituario@uol.com.br

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