Paul Baumgartl (1920-2012)

Engenheiro austríaco e inventor

A família só descobriu a existência do livro autobiográfico agora, depois da morte de Paul Baumgartl. Na obra, o engenheiro relata o que viveu durante a guerra.

Paul nasceu na Áustria. Quando seu país foi anexado à Alemanha, viu-se forçado a lutar. Passou toda a Segunda Guerra na Europa e chegou a combater em Stalingrado.

Engenheiro, especializou-se na construção de helicópteros. Durante o conflito, desenvolveu o Heliofly, que consistia numa hélice acoplada a uma mochila. O soldados usavam o equipamento, que está registrado em fotos, para atravessar rios, por exemplo.

Quando retornou a sua terra, após o fim do conflito, fez truques de mágica para os russos, a fim de conseguir algum dinheiro. Em 1948, já casado com a arquiteta Susanna, mudou-se para o Brasil.

Não falava uma palavra sequer de português. Entendeu-se por aqui com a linguagem da engenharia, como brinca o filho, Peter. No Rio, ajudou a FAB a montar seu primeiro helicóptero. Como o projeto não prosperou, veio a São Paulo, para trabalhar na indústria automobilística.

Passou pela Willys, Ford e GM, onde se aposentou após 30 anos de serviço. Longe do trabalho, escreveu livros de ficção e continuou se dedicando às invenções: criou patinetes, monociclos e bicicletas. Também manteve seu lado mágico (nas festas, apresentava seus truques com as cartas) e tocou flauta e piano.

Paulão, como era chamado, teve dois filhos (além de Peter, Barbara, morta num assalto em São Paulo há quatro anos), três netos e três bisnetos. Morreu na sexta (22), aos 91, de falência de órgãos.