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Comerciantes fecham as portas e passageiros de ônibus ficam a pé

DE SÃO PAULO

Comerciantes fecharam as portas e motoristas de ônibus deixaram passageiros a pé nas zonas sul e norte, ontem, com medo de ataques.

Donos de estabelecimentos no Sacomã e na Vila das Mercês (na zona sul) fecharam as portas entre as 15h e as 17h30 por medo de uma suposta onda de saques.

Na mesma região, ônibus deixaram de circular no fim da tarde, deixando passageiros no meio do caminho.

Na zona norte, por volta das 21h, coletivos também deixaram de circular por medo de ataques nos bairros Jardim Fontalis, Vila Nova Galvão, Jardim Corisco e Vila Zilda, na região do Tremembé.

Na zona sul, o clima de tensão começou no dia anterior, segundo os comerciantes, depois que PMs passaram pela região pedindo o fechamento antecipado.

Comerciantes disseram que os policiais passaram anteontem de loja em loja dizendo que não poderiam conter eventual onda de roubos.

A orientação dos soldados para ontem, no entanto, era para que eles abrissem normalmente, mas muitos fecharam.

"Nas últimas semanas, fui assaltado três vezes. Com toque de recolher ou não, vou ter que fechar mais cedo por medo", disse o dono de bar Josué dos Santos Neto, 51.

Dezenas de moradores estavam caminhando até dois quilômetros entre a garagem dos ônibus, que fica na bairro, e suas casas porque os coletivos pararam de circular após motoristas e cobradores recolherem os ônibus com medo de ataques.

"Quando o ônibus está para chegar na garagem, os motoristas param, colocam a placa que indica o destino do ônibus no 'reservado' e avisam que não saem mais da garagem. Dali em diante, temos que ir caminhando", disse o bancário Amarildo Silvério, 31, morador da região.

LINHAS PARADAS

Por volta das 21h, seis linhas da empresa Sambaíba (zona norte) também deixaram de circular, após informações de um toque de recolher. Às 21h50, a PM disse que não havia informações.

Os veículos, que circulam na região do Tremembé, região onde dois ônibus foram queimados na terça-feira, só voltariam a circular hoje.

A empresa já tinha interrompido a circulação entre as 22h de terça e as 4h de quarta, após ter sofrido os ataques. "Estamos muito chocados", resumiu um motorista da empresa Sambaíba, que dirigia, na noite de anteontem, um dos três ônibus incendiados. A SPTrans diz que "o descumprimento de partidas pelas viações é passível de autuação".

(AFONSO BENITES E CRISTINA MORENO DE CASTRO)

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