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Em discurso, Eduardo Jorge refuta suspeita de propina

Testemunha acusa ex-secretário de receber dinheiro para beneficiar shopping

Jorge afirmou, em discurso na Câmara, que Secretaria do Verde é uma pasta 'pequena, mas muito séria'

DE SÃO PAULO

Eduardo Jorge, ex-secretário do Verde e Meio Ambiente, discursou ontem no plenário da Câmara Municipal para se defender da acusação de que teria recebido propina para autorizar a retirada de árvores da área do shopping Pátio Higienópolis, na região central de São Paulo.

Jorge foi citado por uma testemunha, batizada pela Promotoria como "testemunha D", que é ex-funcionária da BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings. Segundo ela, ele recebeu R$ 200 mil em 2009 para não atrapalhar a aprovação do projeto de reforma do shopping pela prefeitura.

O ex-secretário, que deixou o cargo no início deste mês com a expectativa de ser indicado pelo PV como candidato a vice-prefeito na chapa de José Serra (PSDB), fez uma cronologia da aprovação e disse que não há irregularidade.

Ele negou o recebimento de propina e defendeu os funcionários da secretaria. "A acusação é de que o processo foi rápido, em sete dias. É uma coisa paradoxal", afirmou.

A autorização citada por Jorge, para manejo das árvores, saiu em sete dias -normalmente, leva de um a dois meses. Ela saiu um dia após a emissão de uma nota fiscal que teria sido usada para justificar a saída do dinheiro da suposta propina do caixa do shopping, diz a "testemunha D".

Sem esse documento, o shopping não conseguiria o alvará de execução da reforma, que já estava em andamento irregularmente, segundo a testemunha, ouvida pelo Ministério Público e que terá de repetir o depoimento à Justiça.

"Às vezes me dizem que, se não foi comigo [a propina], foi com alguém da secretaria. Querem que eu acuse alguém. Não posso fazer isso porque seria uma violência", afirmou Jorge na Câmara.

Ele disse que a pasta é "pequena, mas muito séria, muito correta". "Pode haver falhas, mas eu acredito nas pessoas da secretaria", disse.

CRÍTICAS

Sem citar o nome do jornal, Jorge voltou a criticar a Folha pela publicação da acusação da testemunha, que não tem o nome divulgado pela Promotoria. "É uma imprudência dar uma notícia dessa forma. É uma violência contra mim."

Ele disse que pediu a um advogado, seu amigo, para ir ao Ministério Público. "Os promotores disseram que não podiam falar quem foi a pessoa que acusou porque está num inquérito secreto", afirmou.

Jorge está, desde sexta, em "vigília em defesa de sua integridade" no auditório externo da Câmara.

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