Manoel Gonçalves Mendes (1923-2012)

Fez 3.000 casamentos no interior

Em 1959, Borboleta deixou de ser distrito de São José do Rio Preto (SP) para se tornar município. No ano seguinte, os primeiros vereadores foram empossados: Manoel Gonçalves Mendes entre eles.

Tamanha foi sua paixão pela cidade que ficaria no cargo, na época não remunerado, por mais de 20 anos. Ao todo, teve cinco mandatos.

Filho de lavradores portugueses, nasceu em Araraquara. A mãe morreu quando tinha quatro anos. O pai não teve condições de criar os quatro filhos. Por isso, Manoel ficou com os tios em Borboleta.

Bom com letras e números, ficaria responsável pela contabilidade do negócio da família, que tinha uma máquina de beneficiamento de café.

Na casa dos 20 anos, foi nomeado juiz de paz, função que exerceria até o fim. Calculava ter realizado mais de 3.000 casamentos na cidade -incluindo os de três netos.

Em 1964, o nome da cidade mudou para Bady Bassitt, em homenagem a um político. Opôs-se à alteração, mas não conseguiu barrá-la. Foi da Arena, presidiu a Câmara e nunca quis ser prefeito. Na década de 80, desistiu da vereação e passou esse bastão para um dos filhos -teve três.

Após a fase do café, trabalhou com arroz. Andava a cidade toda e, ao voltar para casa, contava o que via à mulher, que tinha problemas pulmonares. A perda dela, há cinco anos, deixou-o abatido.

Atropelado em fevereiro, um dia após ter feito um casamento, passou 60 dias na UTI. Quando voltou para casa, foi informado da morte de um filho, em março, devido a um câncer. Morreu na quarta (27), aos 88, de insuficiência pulmonar. Teve netos e bisnetos.