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De novo, Higienópolis é multado em R$ 1,5 milhão

Prefeitura vai mandar centro de compras fechar as portas por falta de alvará

Shopping, que precisa de nova licença para poder funcionar, diz que aguarda decisão judicial sobre o assunto

EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O shopping Pátio Higienópolis foi multado novamente em R$ 1,5 milhão ontem pela Prefeitura de São Paulo.

Na segunda-feira, o local será notificado a fechar as portas em dez dias. Se não o fizer, será lacrado no dia 27, afirma a prefeitura.

Para evitar o fechamento, o shopping precisa de nova licença de funcionamento.

O shopping já foi multado duas vezes -R$ 1,5 milhão e R$ 300 mil- e teve o alvará de funcionamento cassado no dia 5 por não ter as vagas exigidas de estacionamento.

Ontem venceu o prazo para que ele regularizasse a situação. Mas o shopping não entregou nenhum documento. Foi multado por isso.

O shopping precisa comprovar ter 1.994 vagas -1.524 no prédio e 470 em estacionamentos conveniados. Nenhum desses tem alvará.

Os dois locais conveniados pediram o alvará. Um deles, na rua Itacolomi, ainda está com o processo em análise. No outro caso, da rua Maranhão, a Subprefeitura da Sé indeferiu o pedido.

Como alternativa, o shopping pode apresentar convênio com outros estacionamentos que tenham licença.

Além disso, terá de obter o alvará do estacionamento do próprio shopping, o que ainda não foi solicitado.

Caso não faça isso, a única solução para ficar aberto é obter alguma decisão judicial favorável, que agora ele diz esperar.

PROPINA

O Higienópolis é um dos cinco shoppings dos quais a BGE, empresa do grupo Brookfield, é sócia na cidade.

A Folha revelou no mês passado que Daniela Gonzalez, ex-diretora financeira da BGE, acusa a empresa de pagar propina para obter alvarás de autorização de obras.

Entre os beneficiários, segundo Daniela, estão Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor que aprova projetos de prédios de médio e grande portes na cidade, e o vereador Aurélio Miguel (PR). Os dois negam o crime.

Outros cinco ex-executivos da BGE confirmaram ao Ministério Público as declarações de Daniela.

O Pátio Paulista, administrado pela BGE e que teria sido beneficiado após pagamento de propina, também teve o alvará cassado.

Anteontem, Bayard Lucas de Lima, presidente do fundo gestor da BGE, foi indiciado pela Polícia Civil por suspeita de corrupção ativa e formação de quadrilha.

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