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Hollywood imprime charme a falsários

THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Orson Welles dirigiu em 1973 o documentário delirante "Verdades e Mentiras", sobre as proezas de um famoso falsificador de arte, Elmyr de Hory. Na época, disse que a figura de um falsário seria adequada a um herói de trama cinematográfica.

"A maioria das pessoas considera pagar milhares e milhares de dólares por uma tela cheia de tinta um absurdo tão grande que não sente compaixão alguma pelo colecionador se a obra for roubada. É quase uma nova versão de Robin Hood", disse o cineasta.

Para corroborar a teoria de Welles, a figura do falsificador de arte no cinema ganhou contornos de glamour. Além de sempre se dar bem, falsários diversos -e ladrões de arte- foram interpretados por astros de muito charme.

Em "Como Roubar um Milhão de Dólares" (1966), a heroína é a mais jovem representante de uma linhagem de falsários. A atriz é Audrey Hepburn, talvez a melhor personificação de beleza feminina sofisticada no cinema.

Ela precisa roubar uma obra de arte antes que seja periciada e revele os crimes de seu pai. O ladrão que aparece para ajudá-la é interpretado pelo inglês Peter O'Toole, outro ícone de ator charmoso.

O filme "Thomas Crown Affair" exibe em suas duas versões astros reconhecidos como sedutores. Em 1968, recebeu no Brasil o titulo de "Crown, o Magnífico" e mostrava Steve McQueen no papel do ladrão de obras de arte que usava falsificações em seus golpes. McQueen, no auge da carreira, era o Brad Pitt da época. Claro que não seria preso no final. Na refilmagem de 1999, chamada "Thomas Crown - A Arte do Crime", o personagem passou para Pierce Brosnan. Com filmes interpretando James Bond no currículo, só reforçou a visão charmosa que Hollywood imprime a seus falsários.

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