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Morte em Boituva não inibe procura por paraquedismo

Havia filas no Centro Nacional de Paraquedismo; segundo instrutores, porém, o movimento foi menor

'É igual a um acidente de carro, todo mundo sofre. Você vai parar de andar de carro?', diz homem que foi saltar

REYNALDO TUROLLO JR.
ENVIADO ESPECIAL A BOITUVA

O vaivém de aviões e a concentração de gente à espera de saltar de paraquedas revelam: à primeira vista, pouco mudou em Boituva (a 121 km de São Paulo) desde a morte de um paraquedista, há uma semana, atingido no ar pela aeronave que o lançou.

"É igual a um acidente de carro, todo mundo sofre. Você vai parar de andar de carro por isso?", disse o paulistano Rodrigo Teodosio, 36.

No sábado, ele foi ao Centro Nacional de Paraquedismo com um grupo de 48 motociclistas, dos quais cinco, inclusive ele, saltariam.

Nathalie Duarte, 33, foi ver um colega que iria saltar. "A gente achou que estaria bem mais vazio por causa do acidente, estou surpresa. Não vi ninguém comentando."

A Folha viu dois aviões fazendo "mergulho", manobra realizada pelo piloto que se envolveu no acidente. Os aviões embicavam para baixo bem longe dos saltadores.

CAIU

Para os instrutores de quatro das 16 escolas do local, o movimento caiu, sim.

"Muita gente que tinha agendado desmarcou", disse um instrutor que pediu para não ser identificado. "Costumávamos ter 80 saltos duplos por sábado, e hoje temos pouco mais de 20 agendados", afirmou outro funcionário.

Segundo o presidente da Federação Paulista de Paraquedismo, Francisco de Carvalho, o motivo da queda no movimento é a crise econômica, e não o acidente.

O salto duplo com instrutor sai a partir de R$ 290.

A Outlaw, em que trabalhava o paraquedista Alex Adelman, 33, morto no acidente enquanto filmava um salto de outros dois esportistas, estava com as portas fechadas.

A empresa que aluga os aviões, a LBK, funcionava.

O piloto do avião, Douglas de Oliveira, 35, reafirmou ao "Fantástico" o que havia dito à polícia -que não tinha combinado com Adelman como seria o salto. Oliveira estava com a licença para lançar paraquedistas vencida desde 2006, revelou a Folha. A Anac e a polícia apuram o caso.

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