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Polícia indicia diretora do Higienópolis Márcia Saad, atual superintendente do shopping, é investigada por suspeita de corrupção ativa e formação de quadrilha Executiva trabalhava na Brookfield quando o grupo pagou propina, segundo acusação de ex-diretora financeira DE SÃO PAULOA Polícia Civil de São Paulo indiciou ontem a superintendente do shopping Pátio Higienópolis, Márcia Saad, por suspeita de corrupção ativa e formação de quadrilha. Ela é acusada de ter participado do suposto esquema de pagamento de propina a agentes públicos, entre eles o ex-diretor Hussain Aref Saab, para a liberação de shoppings na capital paulista. Ele nega. Márcia foi ouvida por cerca de quatro horas pelo delegado Anderson Pires Giampaoli. Negou todas as irregularidades e disse ser vítima de uma vingança de Daniela Gonzalez, da ex-diretora financeira da BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings (leia texto nesta página). O depoimento foi acompanhado pelo promotor Silvio Marques, que investiga o caso pelo Ministério Público. A suposta participação de Márcia nesse esquema teria ocorrido entre 2008 e 2010, quando ela era funcionária da Brookfield Brasil. O grupo internacional tem participação em shoppings como Pátio Higienópolis, Pátio Paulista, West Plaza, Raposo e Vila Olímpia, e também nega o esquema. Na semana passada, a Polícia Civil também indiciou (por suspeita dos mesmos crimes) o executivo Bayard Lucas de Lima. Ele é o presidente do fundo gestor da BGE. Os nomes de Bayard, que também nega irregularidades, e Márcia foram citados por Daniela Gonzalez, que denunciou o pagamento de propina aos servidores. Márcia, por exemplo, teria participado das reuniões que aprovaram o pagamento de propina de R$ 130 mil para a prefeitura aceitar um contrato falso de estacionamentos externos do Higienópolis. A revelação das acusações de Daniela foram feitas pela Folha em 14 de junho e deu início a uma blitz da prefeitura em shoppings da cidade. Depois disso, os shoppings Higienópolis e Paulista tiveram seus alvarás cassados e podem ser lacrados até o fim do mês. Foi essa fiscalização que apontou que a maioria dos shoppings está irregular. Outras sete pessoas ouvidas pela Promotoria confirmaram a versão de Daniela, total ou parcialmente. Esses depoimentos foram utilizados pelo Ministério Público para pedido do bloqueio de bens de Aref, concedido pela Justiça no mês passado. Conforme o "TV Folha" revelou em maio, o ex-diretor da prefeitura adquiriu ao menos 106 imóveis, estimados em R$ 50 milhões, nos sete anos em que dirigiu o Aprov. Esse é o setor responsável pela aprovação de empreendimentos de médio e grande porte. A renda declarada de Aref era de R$ 20 mil. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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