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José da Silva Reis (1921-2012)

Zezito, pracinha brasileiro de Guaratinguetá

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Em São Paulo, a notícia de que vários combatentes brasileiros -entre os quais José da Silva Reis, o Zezito- tinham retornado ao país naquele 1945 chegou via pombo-correio, enviado do Rio.

A ave, recolhida por um parente, está com a família até hoje: foi empalhada com a mensagem original na pata.

Zezito, filho de fazendeiros, nasceu em Guaratinguetá, a 187 km de São Paulo. Começou trabalhando na roça até ir servir o Exército. Durante a Segunda Guerra (1939-1945), integrou, como voluntário, a FEB (Força Expedicionária Brasileira). Foi à Itália em 1944 e regressou no ano seguinte.

Sua função, na guerra, era a de mensageiro. Contava ter sido preso, ferido (carregava um estilhaço na perna) e visto alguns amigos morrerem.

Um ano após voltar ao país, casou-se com Judith e retomou o trabalho na zona rural.

Depois, trabalhou nos Correios, quando os pracinhas ganharam cargos públicos por decisão do governo. Percorria a cidade entregando cartas. Mais tarde, já reformado como segundo-sargento, voltou a se dedicar à fazenda.

Dentre as várias homenagens que recebeu, há a inauguração de um busto seu numa praça da cidade. Um dos filhos até brincava que o pai, Pelé e Mandela eram os únicos no mundo homenageados -em vida- dessa forma.

Viúvo em 2000, casou-se novamente em 2007, com Maria Luiza. Todo sábado, ia com a mulher aos bailes, para dançar de tango a forró.

Dias depois de uma dessas festas, foi operado da hérnia. Morreu no domingo (15), aos 91 anos, de complicações de saúde. Teve cinco filhos, 15 netos e 12 bisnetos.

coluna.obituario@uol.com.br

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