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Pátio Paulista é multado em R$ 1,7 milhão

Administradora do shopping, BGE não comenta; posição é a mesma desde o início da fiscalização da prefeitura

Além de receber multa, estabelecimento, que teve seu alvará cassado, será fechado caso não se regularize até terça

ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo multou o shopping Pátio Paulista em R$ 1,7 milhão e informou que o local será interditado na próxima terça-feira, caso não se regularize até lá.

O shopping teve o alvará cassado pela prefeitura no início do mês por ter diminuído a quantidade de vagas de seu estacionamento, além de permitir que um lava-rápido ocupe parte da garagem.

Na semana passada, o empreendimento entregou uma série de documentos à prefeitura, mas não foi suficiente para a prefeitura rever a decisão de cassar o alvará.

De acordo com a Secretaria das Subprefeituras, os documentos entregues não comprovaram que as irregularidades foram sanadas.

Para recuperar o alvará de funcionamento, o shopping precisa retirar o lava-rápido, que funciona em um local onde deveria haver vagas de garagem para os clientes, e dar entrada em um novo processo de licenciamento -que demoraria mais de uma semana para ser concluído.

Outra opção é tentar obter uma decisão judicial que proíba a sua interdição.

O Pátio Paulista é administrado pela BGE, braço do grupo Brookfield para o gerenciamento de shoppings. A empresa é acusada de ter pago propina para obter licenças para obras de ampliação.

Outro shopping do qual a BGE é sócio, o Pátio Higienópolis, também teve o alvará cassado por irregularidades em seu estacionamento, mas obteve uma liminar para se manter aberto -ele seria interditado na sexta-feira.

Daniela Gonzalez, ex-diretora financeira da BGE, acusa a empresa de ter pago propina para obter benefícios para todos os shoppings do grupo na cidade de São Paulo.

No caso do Pátio Paulista, o dinheiro foi, segundo Daniela, para Hussain Aref Saab, ex-diretor do Aprov, órgão da prefeitura que concede licenças para prédios de médio e grande portes, e o vereador Aurélio Miguel (PR) -ambos negam as acusações.

Após a Folha revelar as acusações, confirmadas por cinco outros ex-funcionários da empresa em depoimentos a promotores, a prefeitura deflagrou uma blitz contra os 48 shoppings da cidade e constatou que 28 tinham irregularidades.

Procurada ontem, a BGE informou que não se manifestaria. É a mesma posição que ela vem adotando desde que a prefeitura iniciou o processo de fiscalização.

No início do escândalo, a empresa dizia desconhecer o pagamento de propina.

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