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Aparecido Pereira de Melo (1943-2012)

Cidão e seu bar de samba e choro

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Quando Beth Carvalho entrou no bar de Aparecido Pereira de Melo, o Cidão, ele quase desmaiou de emoção, como lembra a mulher, Rose.

Fã da cantora, costumava ir a todos os shows dela. Beth Carvalho acabaria voltando mais vezes ao boteco que ele manteve nos últimos anos no nº 293 da rua Deputado Lacerda Franco, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Com música ao vivo todas as noites, o local virou ponto tradicional de samba e choro.

Natural de Uberaba (MG), cresceu no Paraná. Os pais trabalhavam no campo, e Cidão os ajudou antes de vir a São Paulo atuar como caminhoneiro, segundo a mulher.

Após se aposentar, decidiu arrendar, no fim dos anos 90, um café, o Le Café Du Rêve, que acabou mudando para o ponto onde hoje está o bar.

Já separado da mulher com quem teve seus três primeiros filhos, contratou Rose, 35, como atendente. Casou-se com ela em 2002 e teve mais um filho, hoje com seis anos.

Por causa do movimento baixo do café, passou a abrir só à noite, com música ao vivo. Apesar do nome mantido em francês, o ponto ficou conhecido como Bar do Cidão.

É um local simples, que serve cerveja em copo americano e frango à passarinho com alho, num pequeno salão com mesas de fórmica e fotos dos frequentadores grudadas nas paredes de azulejo. Os músicos ficam nas mesas.

Cidão já tinha se internado por causa da diabetes, mas não se cuidava, segundo a mulher. Na segunda, passou mal e suspeitou de virose. Morreu no hospital, aos 68, após parada cardíaca. Rose quer reabrir o bar hoje, "porque as contas não esperam".

coluna.obituario@uol.com.br

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