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Liminar impede que prefeitura feche shopping Frei Caneca

Segundo decisão do Tribunal de Justiça, interdição pode causar 'dano econômico de difícil reparação'

Previsto para fechar na terça, Pátio Paulista também obteve decisão judicial; prefeitura vai recorrer nos dois casos

EVANDRO SPINELLI
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O Tribunal de Justiça concedeu ontem liminar para proibir que a Prefeitura de São Paulo feche o shopping Frei Caneca. A interdição estava marcada para hoje.

Outro shopping ameaçado, o Pátio Paulista, também obteve liminar que impede o fechamento. A interdição estava marcada para terça-feira.

A prefeitura informou que vai recorrer nos dois casos.

Na liminar que concedeu ao Frei Caneca, o desembargador Ribeiro de Paula afirmou que "a interdição poderá causar dano econômico de difícil reparação à agravante [o shopping] e ao conjunto de outras empresas ocupantes do espaço do shopping [as lojas]".

A Justiça já havia negado duas liminares ao empreendimento. O juiz Evandro Carlos de Oliveira, da 7ª Vara da Fazenda Pública, havia determinado apenas que a prefeitura, em dez dias, desse um parecer definitivo sobre o pedido de licença de funcionamento feito pelo Frei Caneca em novembro de 2010 e até agora não analisado.

A prefeitura afirma que o shopping tem uma dívida de R$ 17 milhões, de uma multa aplicada em 2001 por falta de alvará e até hoje não paga.

O Frei Caneca diz que a dívida é discutida na Justiça e que a prefeitura, na ação, cobra R$ 4,1 milhões. Há um ano o processo está parado, pois a prefeitura não se manifestou sobre a oferta de transferir bens para pagar a dívida.

De manhã, funcionários e lojistas protestaram em frente ao Frei Caneca contra a possibilidade de fechamento.

PÁTIO PAULISTA

A liminar obtida pelo shopping Pátio Paulista tem validade de 90 dias. Nesse prazo, o shopping deverá comprovar que tem 1.005 vagas internas para carros, 116 em estacionamentos conveniados -todos com licença- e nenhum lava-rápido no lugar de vagas.

A prefeitura cassou o alvará do centro de compras no início do mês por causa de irregularidades nos estacionamentos -havia menos vagas do que as exigidas.

O juiz Marcos Pimentel Tamassia, da 4ª Vara da Fazenda Pública, no entanto, manteve as multas, em valores que superam R$ 1,7 milhão.

As irregularidades nos shoppings foram reveladas após a Folha publicar denúncia de Daniela Gonzalez, ex-executiva da BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings, de que a companhia pagou propina para obter alvarás na prefeitura.

Após a reportagem, a prefeitura iniciou uma blitz nos shoppings. De acordo com a Secretaria das Subprefeituras, o shopping Pirituba tem até segunda para se regularizar, sob risco de interdição.

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