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'O tempo todo eles diziam que iam me matar', diz vítima

Empresário sequestrado no Brooklin afirma que, pela aparência dos jovens, não imaginou que seria atacado

Lutador de MMA diz que também foi ameaçado de morte; maioria dos ataques foi na hora de entrar ou sair do carro

DE SÃO PAULO

"Ninguém imagina que aqueles rapazes, com aquelas caras, seriam capazes de fazer o que fizeram comigo. Quando percebi, eles batiam com o cano da arma no vidro do meu carro. Era o barulho seco do ferro no vidro. Foi só eu virar para pegar algo no banco traseiro e eles já estavam em cima, me ameaçando de morte."

Essa é a descrição de um empresário de 36 anos, que pediu para não ter seu nome revelado, sobre os jovens que o mantiveram refém por cerca de duas horas, há um mês.

O empresário estava na rua Kansas, no Brooklin, bairro nobre da zona sul da capital, quando foi rendido pelos criminosos. A rua, segundo a polícia, era uma das preferidas pelos criminosos.

"O tempo todo eles diziam que iam me matar caso eu não entregasse os cartões bancários para que fizessem saques. Foi um medo enorme", disse o empresário.

"Hoje, não levo mais do que dez segundos parado dentro do carro, isso em qualquer lugar. É um trauma que a gente nunca mais esquece", continuou o empresário.

ARTES MARCIAIS

Outra vítima da quadrilha de jovens de classe média foi um lutador de MMA (sigla em inglês para artes marciais mistas), que estava com a namorada, também no Brooklin.

Durante o sequestro-relâmpago, um dos criminosos engatilhava a arma o tempo todo e o ameaçava de morte o lutador, que mede mais de 1,90 metro de altura. O criminoso dizia que, apesar do porte físico do lutador, iria matá-lo se esboçasse reação.

CARRO E HORÁRIO

Segundo o delegado Eduardo de Camargo Lima, chefe do 96º DP (Brooklin), as vítimas da quadrilha de jovens eram escolhidas principalmente por conta do veículo que tinham e pelo horário em que estavam nas ruas.

"É importante prestar atenção quando se vai entrar ou sair do veículo. Os criminosos esperam esses momentos para atacar", disse Lima.

"Hoje, com a tecnologia dos carros, muitas pessoas acionam o controle remoto para abrir o veículo a uma certa distância e as luzes anunciam que ele será aberto. Isso acaba sendo um chamativo para criminosos como os dessa quadrilha", disse.

(ANDRÉ CARAMANTE)

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