Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Justiça barra interdição do shopping Pirituba

Centro de compras obtém liminar para ficar aberto um dia antes da data prevista pela prefeitura para o fechamento

Para a gestão Kassab, área construída é 458 m² acima da permitida; advogado da empresa aponta 'ação política'

ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Mais um shopping ameaçado de interdição pela Prefeitura de São Paulo conseguiu uma liminar na Justiça ontem para não ser fechado.

O shopping Pirituba, na zona norte da cidade, é o sexto que recorre ao Judiciário para se manter aberto desde que a gestão Gilberto Kassab (PSD) iniciou blitz contra esse tipo de estabelecimento.

A interdição do shopping estava prevista para hoje. Segundo o governo municipal, ele construiu 458 m² a mais do que o permitido em uma reforma concluída em 2007.

A irregularidade foi constatada em 2008, mas só agora, no entanto, a prefeitura determinou o fechamento.

Ontem, o Sindicato dos Comerciários fez um protesto na porta do shopping contra a interdição. Josimar Andrade, diretor de relações sindicais, disse que a entidade vai se reunir com Kassab para propor que os shoppings tenham prazo maior para regularização. "Queremos a preservação dos empregos."

A juíza Liliane Keyko Hioki, da 3ª Vara da Fazenda Pública, concedeu prazo de 90 dias para o shopping Pirituba se regularizar. A prefeitura havia concedido 30 dias.

'AÇÃO POLÍTICA'

Para Carlos Miguel Aidar, advogado do shopping Pirituba, "está muito claro que é uma ação política da prefeitura" a tentativa de interdição dos centros de compras.

A blitz começou em junho, quando a Folha revelou que a BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings, é acusada de pagar propina para obter alvarás em órgãos municipais.

Há 15 dias, a prefeitura revelou que 28 dos 47 shoppings da cidade tinham algum tipo de irregularidade -seis deles já possuíam liminares para não serem fiscalizados ou interditados.

Desde então, os shoppings Frei Caneca, Pátio Higienópolis, Pátio Paulista e, agora, o Pirituba, obtiveram liminares. O Eldorado e o Light conseguiram seus alvarás.

Até o fim de agosto vencem os prazos de regularização do Interlagos e do SP Market. Os demais têm prazos maiores.

Todas as irregularidades eram conhecidas há anos pelos fiscais das subprefeituras.

O Frei Caneca, por exemplo, iria ser fechado por não ter pago uma multa aplicada em 2001, quando o local foi inaugurado. O shopping discute o valor na Justiça e o processo está parado há um ano aguardando uma manifestação da própria prefeitura.

Na quinta-feira, véspera da prometida interdição, o local obteve liminar no Tribunal de Justiça para ficar aberto.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.