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Balanço tinha falha na instalação, diz laudo

Perito afirma ainda que madeira do brinquedo em que criança morreu estava em estado avançado de deterioração

Grande Hotel São Pedro, onde acidente ocorreu, informou que só se manifestará após ter acesso ao documento

DE CAMPINAS

O laudo do acidente que levou à morte uma menina de quatro anos no playground do Grande Hotel São Pedro, em Águas de São Pedro (a 184 km de São Paulo), no dia 23, indica que o brinquedo tinha falhas de instalação e que a madeira estava em estágio avançado de deterioração.

Inês Schaller, 4, estava no balanço com outra criança e um monitor do hotel, Davi Rodriguez Ruivo Fernandes, quando a viga superior do brinquedo caiu sobre seu tórax. Ela foi enterrada na semana passada. Os pais dela moram na França e estavam passando férias no Brasil.

Segundo o perito Jefferson Willians, que entregou o laudo à Polícia Civil, na extremidade em que a viga superior se unia ao restante do brinquedo havia apenas um pino de metal, enquanto a regra da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) prevê no mínimo dois -o que garante maior sustentação e poderia evitar a queda da viga.

"Essa foi uma das falhas da construção do brinquedo, embora não tenha sido a causa direta do acidente."

O perito disse ainda que, se a madeira não estivesse deteriorada "no ponto crítico de encaixe", o acidente provavelmente não teria acontecido.

Ele descartou que a presença do monitor no balanço tenha provocado o acidente. "O eventual uso inadequado do brinquedo não causou o fato, e sim a estrutura fragilizada."

Willians já havia dito que, apesar de estar envernizada e aparentar boas condições, a madeira tinhas fibras se desfazendo e até uma raiz de planta na parte interna.

"A folhagem poderia indicar para as pessoas um problema naquela região do brinquedo, mas ela foi arrancada recentemente", disse.

OUTRO LADO

Procurado, o hotel informou que não teve conhecimento do laudo e que se pronunciará apenas quando tiver acesso ao documento oficial.

No início da semana, Cid Vieira de Souza, advogado do hotel que representa o monitor e o subgerente Felipe Riemma, disse que foram apresentadas à polícia notas fiscais que comprovam manutenção recente feita por empresa terceirizada no playground, o que, disse, isentaria o hotel de responsabilidade no caso.

Não foi informado o nome da empresa.

(MARÍLIA ROCHA)

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