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Livro conta a amizade e a resistência dos vendedores do parque Ibirapuera

DE SÃO PAULO

Às 13h de ontem, a Folha conversava com Francisco Santos, 56, o "seu" Chico, vendedor autônomo do parque Ibirapuera, quando foi interrompida: "Dá uma licencinha pra eu sentar nesta sombra?"

Era o empresário Carlos Eduardo Ferroni, que não quis revelar a idade, frequenta o parque há 30 anos e é freguês de Chico há mais de dez.

"Quer de 200 ou 300 ml?", pergunta Chico, servindo a água de coco, parte do ritual diário de Ferroni, que caminha ali dia sim, dia não.

A jornalista Mônica Dallari, 47, que acompanhava a reportagem, lê a história de Chico em seu livro "Cooperativa dos Vendedores Autônomos do Parque do Ibirapuera".

A obra conta como ele veio da Paraíba para São Paulo há mais de 20 anos. Hoje é o primeiro a chegar todos os dias, às 5h. "Endosso esse livro", vai logo dizendo Ferroni. "Sei a história do Chico de cor e salteado e é isso mesmo."

"Os usuários adoram os vendedores, têm relação de absoluta confiança", diz Mônica. Quando ela leu a João da Mata, 57, vendedor (que já morou na rua e foi alcoólatra), o que escreveu sobre ele, o autônomo se emocionou.

Seu livro traz a história dos 115 vendedores autônomos organizados em cooperativa desde 2000 e instalados no parque há 20 ou 30 anos e como foram "abraçados" pelos frequentadores do local.

Do total de vendedores, 95% vieram da zona rural, 90% começaram a trabalhar antes dos 12 anos e 75% são analfabetos funcionais.

Eles já foram ameaçados de expulsão, mas persistiram. Hoje, ainda não são formalizados pela prefeitura.

Segundo a Secretaria do Verde, a pasta trabalha num modelo de licitação que atenda os usuários do parque. "Vamos continuar lutando para trabalhar aqui dentro", diz Antonia de Souza, 47, fundadora da cooperativa.

COOPERATIVA DOS VENDEDORES AUTÔNOMOS DO PARQUE DO IBIRAPUERA: O PASSO A PASSO DE UMA HISTÓRIA DE SUCESSO
LANÇAMENTO: hoje, às 10h, no MAM
AUTORA Mônica Dallari
EDITORA Campus/Elsevier
QUANTO R$ 39 (168 págs.)

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