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Agentes da PF param e afetam a emissão de passaportes no país

Categoria quer aumento salarial para R$ 13 mil; aeroportos e fronteira terão operação-padrão

Polícia Federal não comenta greve; mais de 300 mil servidores de vários setores estão parados em todo o país

DE CAMPINAS
DE PORTO ALEGRE
DE RECIFE
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
DE BELO HORIZONTE

Agentes da Polícia Federal iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado no país. A paralisação afeta os serviços de emissão de passaportes, fiscalização de fronteiras e investigações.

A direção da PF não quis comentar o movimento.

Ao menos 300 mil servidores de oito ministérios e 30 órgãos estão em greve no país. Professores de universidades federais, por exemplo, estão parados há quase três meses.

A greve da PF é encabeçada pela Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais).

Segundo a entidade, que não representa delegados, só passaportes de urgência serão emitidos. Porém, não há uma definição sobre quais são os casos emergenciais.

"Se alguém precisar viajar por causa de problema familiar ou se já comprou passagem, o passaporte será feito. Se houver algum gesto do governo, vamos suspender a greve e retomar a negociação", disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.

A Superintendência da PF em São Paulo disse que haverá pelo menos o "efetivo mínimo" trabalhando no setor de passaportes e que estão sendo remanejadas pessoas para atender o público. Só em junho, a PF em São Paulo emitiu 14.356 passaportes.

INTERNET

Quem já pagou as taxas e não for atendido terá de remarcar data para pegar o passaporte, o que pode ser feito pelo site da PF (www.dpf.gov.br). Os passaportes que já estão prontos serão entregues.

A entidade afirma que cerca de 30% do efetivo -o mínimo legal- permanecerá trabalhando. Agentes, escrivães e papiloscopistas somam 9.000 pessoas. A Fenapef estima que 6.800 pararam. Esta é a terceira greve da categoria. As outras ocorreram em 1994 e 2004.

Na sexta-feira, novas assembleias serão realizadas.

A Fenapef diz que está sem aumento desde 2006 e que o salário inicial, de R$ 7.200, ficou defasado. A categoria quer aumento para R$ 13 mil em cinco anos, equiparando-se a auditores da Receita e agentes da Abin.

Os policiais também dizem que falta efetivo para controlar fronteiras e aeroportos e pedem a substituição do diretor-geral da PF, Leandro Daiello, por alguém que não seja da corporação.

Ontem, também foi iniciada uma operação-padrão. Policiais farão checagens mais completas em bagagens e documentos. Em Guarulhos, a operação vai ocorrer amanhã.

"Vamos fazer o serviço como deveria ser feito. Se você despachar em Brasília um produto ilícito, as chances de chegar ao destino são de 99%", disse Jones Leal, presidente do sindicato no DF.

Em Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará, a emissão de passaportes foi reduzida quase a zero.

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