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Governo afirma que dará resposta aos grevistas na próxima semana

Custo estimado caso o Executivo atendesse reivindicações de servidores é de R$ 92 bilhões

Hipótese de reajuste unificado para os servidores esbarra no impacto financeiro, mas não foi descartada

NATUZA NERY
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA

A ministra Miriam Belchior (Planejamento), negociadora do governo com o movimento grevista, promete para a próxima semana uma resposta final sobre o reajuste aos servidores federais.

Ela não antecipou detalhes sobre quais carreiras ainda poderiam ser contempladas nem sobre a extensão do benefício, se ele ocorrer.

A Folha apurou que apesar de integrantes do governo considerarem que não há dinheiro para conceder um reajuste unificado a todos os servidores, essa possibilidade não está descartada.

Se acatasse todas as reivindicações, a equipe econômica teria de desembolsar R$ 92 bilhões, o equivalente à metade da folha atual de pagamento e 2% do PIB (Produto Interno Bruto).

"É impossível. São duas vezes o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) deste ano", comparou a ministra em conversa com a Folha.

Com categorias paradas há meses, o fato é que a presidente Dilma Rousseff tem diante de si uma das mais amplas greves em número de carreiras e áreas atingidas.

Nas contas dos grevistas, são quase 30 órgãos federais envolvidos. Não se sabe, porém, o número exato de funcionários parados porque os sindicatos e o governo dão dados discrepantes.

GREVE CONCENTRADA

Por causa de uma mudança legal -que exige que a definição de reajustes para o ano seguinte seja fixada até o último dia de agosto-, as reivindicações acabaram se concentrando nesses meses, ampliando a pressão e a sensação de gravidade.

Antes da regra, afirma o governo, as greves eram diluídas ao longo do ano.

Por ordem da própria presidente, o governo decidiu endurecer. Para garantir o atendimento à população, tem recorrido à Justiça.

Anteontem, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) conseguiu liminar determinando que 70% dos servidores trabalhem nas áreas essenciais -para, por exemplo, garantir a liberação de remédios importados.

Iniciada em 16 de julho, a paralisação atinge cerca de 70% dos servidores nas unidades estaduais e 60% na sede da agência, em Brasília.

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