Diretor de rodeio defende prova polêmica

A associação "Os Independentes", que organiza a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, afirmou que segue sem definição a realização da prova de bulldog, modalidade na qual o peão tem de derrubar um bezerro com as próprias mãos.

A possibilidade de excluir totalmente a prova do cronograma de competições existe desde a morte de um bezerro no ano passado.

Na prova de bulldog de 2011, válida pelas finais da ANB (Associação Nacional de Bulldog), um bezerro teve de ser carregado após ser imobilizado na prova. O animal caiu e ficou desmaiado na arena ao ser derrubado pelo "bulldogueiro" Cesar Brosco.

Após o acidente, outros rodeios do interior chegaram a suspender a prova.

O Ecoa (Centro de Estudos de Comportamento Animal), entidade mantida pelos organizadores da festa, recomendou em junho deste ano a suspensão do bulldog, por não existirem garantias à saúde dos animais.

"Devemos definir se a prova será realizada ou não, na segunda-feira [amanhã]", disse Hugo Resende Filho, presidente da associação.

Carlos Rosolen, membro da diretoria do PEA (Projeto Esperança Animal), entidade que atua no combate a maus-tratos contra animais, disse que voluntários irão fiscalizar as competições deste ano.

"Vamos registrar vídeos e fotos do que acontecer lá [em Barretos] para mostrar o que ocorre com os animais. Será uma constatação, porque já sabemos que as provas causam danos à saúde dos bichos", disse.

Marcos Abud Wohnrath, diretor de rodeio, defende a realização do bulldog.

"Está nas mãos do presidente, mas acho que deveria ter a prova. Não há maus-tratos. O que aconteceu no ano passado foi um acidente, uma fatalidade", afirmou.

Resende Filho diz que a presença das entidades "será importante para acabar com a polêmica". "Quem quiser comparecer, estamos abertos. Fazemos tudo certo aqui, dentro do que é legal. Uma festa de 57 anos não pode ter coisas erradas", disse o presidente.