Análise

As cidades têm que recuperar as suas áreas contaminadas

O crescimento das áreas residenciais nas principais metrópoles brasileiras vem sendo feito, em grande parte, substituindo antigos núcleos industriais, cujo solo se encontra mais ou menos contaminado dependendo da atividade que ali se exercia.

Essa contaminação foi consequência do desconhecimento existente no passado dos problemas que poderiam derivar dos vazamentos ou da simples acumulação de resíduos tóxicos ou potencialmente tóxicos nas atividades industriais e comerciais.

Mesmo não trabalhando diretamente com contaminantes, muitas indústrias usaram no passado transformadores que operavam com Ascarel, um óleo derivado do petróleo considerado carcinogênico e proibido em 1981.

Só no Estado de São Paulo, a Cetesb cadastrou, até dezembro, 4.131 áreas contaminadas. Dessas, apenas 264 haviam sido reabilitadas. São terrenos com existência comprovada de poluentes no solo e nas águas subterrâneas.

MAIS DEMANDA

Com a tecnologia atual, esses terrenos podem e devem ser descontaminados -e há processos seguros para evitar que os futuros ocupantes sofram os efeitos da poluição do solo ou do lençol freático.

A demanda por soluções aumenta à medida que a lei, as entidades ambientais e de saúde e a sociedade passam a exigir a eliminação dos riscos envolvidos.

O trabalho inclui profissionais de diferentes formações para identificar soluções que atendam às necessidades de gerenciamento de áreas contaminadas. É um campo de atividade variado e amplo, pois cerca de 200 mil indústrias operam no país (IBGE/CNI), e há muitas outras que deixaram de operar.

Hoje, por força da lei e das exigências da sociedade, os novos projetos industriais e de depósitos são monitorados para evitar a contaminação do solo e das águas. Mas existe o passado, que impõe medidas urgentes de remediação de áreas contaminadas. Não haverá sustentabilidade em operações que não contemplarem esse tema.