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Raimundo Gomes de Oliveira (1924-2012)

Trocou o direito pelo magistério

ANDRESSA TAFFAREL
DE SÃO PAULO

Durante os 33 anos em que dirigiu o colégio Acreano, considerada uma das escolas públicas mais tradicionais de Rio Branco, Raimundo Gomes de Oliveira foi amado por diversos estudantes -e "odiado" por outros tantos.

"Era um professor moralmente rígido, a palavra dele era lei. Por conta disso, alguns alunos o consideravam muito duro", conta o filho, Luís.

De 1960 a 66, antes de assumir a direção do colégio, passou seis anos ocupando outras funções. Entre os estudantes que passaram por suas mãos está o governador do Acre, Tião Viana.

Seu amor pelo magistério o levou a contrariar até decisões do governo estadual. Convidado a assumir a Secretaria de Estado de Educação, preferiu recusar o pedido.

Mas se a rigidez era a marca da sua conduta profissional, fora da escola, afirma a família, Raimundo era dócil e alegre. Quando convidado por alguém para jantar, levava flores para a dona da casa.

Nas horas de folga, gostava de ouvir música clássica e ir ao teatro. Acompanhava os jogos do Vasco e do Rio Branco, mas sem fanatismo.

Era casado havia 53 anos com Edite, que foi sua aluna durante o tempo em que trabalhou em Xapuri (AC).

Natural de Capanema (PA), mudou-se ainda menino com a família para Sena Madureira (AC). Chegou a fazer parte da segunda turma de direito da Ufac (Universidade Federal do Acre), mas desistiu da graduação para se tornar professor de português.

Sofria de Alzheimer. Morreu no sábado (4), aos 88 anos. Além da mulher e do filho, deixa duas netas.

coluna.obituario@uol.com.br

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