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Nova prova pode mudar investigação sobre mortes de PMs

Vídeo de rodovia onde ocorreu tiroteio, no mês passado, levanta dúvidas sobre versão de confronto entre policiais

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

A investigação sobre um tiroteio no começo de julho que terminou com a morte de dois PMs e a prisão de outro ganhou um novo capítulo.

Um vídeo com imagens da rodovia onde ocorreu o crime -obtido pela Folha e em poder da Corregedoria da PM- e o depoimento do policial preso levantaram a suspeita de que os policiais militares que prenderam e acusaram outros colegas de extorsão não eram justamente os que estavam extorquindo.

E mais: que um dos PMs pode ter sido morto quando estava no chão, já rendido.

Na versão apresentada em 3 de julho pela Corregedoria, a morte dos soldados ocorreu durante o tiroteio.

Nele, um grupo de policiais da Força Tática do 29º Batalhão, em São Miguel Paulista (zona leste de SP), trocou tiros com dois PMs da Rocam (ronda com motos) do 44º Batalhão, em Guarulhos.

O saldo foi as mortes dos policiais Gilmar Matias dos Santos, da Rocam, e William Ruiz, da Força Tática.

O tiroteio, ainda segundo a Corregedoria, foi motivado porque os PMs da Força Tática queriam impedir que os dois policiais da Rocam, vestidos à paisana, extorquissem R$ 1.000 de Gerson Freire de Oliveira e Ricardo Mariano Miranda, suspeitos de portar cinco pinos de cocaína e de traficar drogas em Guarulhos.

O tiroteio foi próximo ao km 25 da rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos, na madrugada de 3 de julho.

O PM Anderson Roberto dos Santos, da Rocam, parceiro de Gilmar dos Santos, está preso acusado pela Corregedoria da PM de tentativa de extorsão e de matar um militar -Ruiz, da Força Tática.

CLARÃO

No vídeo obtido pela Folha, a versão inicial para as duas mortes é colocada em dúvida porque é possível detectar dois clarões, provavelmente decorrentes de dois tiros, depois do tiroteio.

Os clarões podem ser tiros contra o policial militar da Rocam, já rendido pela Força Tática, no chão.

No vídeo também é possível ver que, após os clarões, um carro da PM se afasta e o corpo de Gilmar dos Santos está no chão, ao lado de Anderson dos Santos, que está sentado na calçada, algemado com as mãos para trás.

À Justiça Militar, o PM Anderson dos Santos disse que os dois clarões são dos tiros contra seu amigo, já rendido pelos PMs da Força Tática. Hoje, o soldado Anderson será interrogado novamente.

Ele sustenta que ele e o amigo, Gilmar dos Santos, eram os policiais militares que tentavam prender os PMs do 29º Batalhão quando estes iam extorquir os dois suspeitos. Segundo ele, foi por isso que seu amigo atirou contra o soldado Ruiz, que desceu do carro atirando.

Veja o vídeo
folha.com/no1139855

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