Paulistano enfrenta tempo seco até a próxima sexta

Os paulistanos enfrentaram ontem um clima mais seco do que o registrado em pleno deserto do Arizona, nos Estados Unidos. A umidade bateu os 10% por volta das 15h, o que não acontecia desde 14 de agosto de 2009, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A capital paulista não vê chuva há 35 dias.

Foi a menor umidade registrada em todo o país. A Defesa Civil decretou estado de emergência. O tempo seco deve continuar até sexta-feira.

Para comparação, a cidade americana de Phoenix, no deserto do Arizona, registrou umidade de 33% às 15h.

As consequências da secura paulistana puderam ser sentidas na pele, literalmente. Tosse, irritação nos olhos e pele seca são alguns dos problemas causados pela baixa umidade. A situação só não foi pior porque a qualidade do ar na cidade estava regular, segundo a Cetesb (companhia ambiental).

Por conta do tempo seco, o hospital Samaritano diz que o número de atendimentos cresceu cerca de 30% no último mês. Na unidade Itaim do hospital São Luiz, os atendimentos nessa época do ano aumentaram cerca de 20%.

"A maior incidência é de pessoas com rinite, resfriado e asma", diz o coordenador do núcleo de pediatria do Samaritano, Francisco Lembo Neto. Segundo ele, os mais afetados são crianças e idosos.

Nessas condições, algumas orientações dos médicos são: beber muita água, umidificar os ambientes, evitar ar-condicionado e evitar exercícios físicos ao ar livre.

O tempo seco em São Paulo é consequência principalmente de um sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre parte do Sudeste, impedindo o avanço de frentes frias e a formação de nuvens, segundo o meteorologista do Inmet Marcelo Schneider.

A previsão é que o tempo continue seco nos próximos dias. A situação melhora a partir de sábado, quando o sistema de alta pressão perde força e uma massa de ar frio vinda do Sul se aproxima.

O fim de semana terá mais nuvens e maior umidade. A partir de quarta-feira, uma frente fria chega de vez, e deve chover.