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Com o tempo, policial virou justiceiro, diz major
AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO
Major da PM, o deputado estadual Olímpio Gomes (PDT) diz que o ex-soldado Florisvaldo de Oliveira, Cabo Bruno, tinha um forte sentimento de Justiça, mas acabou se tornando um justiceiro.
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Folha - Quem é o Cabo Bruno?
Olímpio Gomes - Era muito bom policial no serviço e um sujeito com sentimento de Justiça. Ao longo do tempo, ele acabou tendo um comportamento de justiceiro. Em um momento, começou-se a ter a cultura de que, se não foi ninguém, foi o Bruno. Ele acabou assumindo problemas que não eram dele.
Mas ele foi condenado.
Sim, teve uma série de condenações porque assumiu um perfil de justiceiro e cometeu crimes. Acho que foi uma das pessoas que mais cumpriram pena no país. Foi preso com 25 anos e ficou 27 preso. Ficou mais em confinamento do que em liberdade.
Qual é a sua relação com ele?
Não trabalhamos juntos. O Bruno pintava quadros no presídio e a mulher dele, que estava com extrema dificuldade financeira, pediu para ajudá-la. Comprei alguns quadros e indiquei algumas pessoas para ela vender. Tive contatos com ele quando precisei visitar o presídio.
E como ele é?
É um cara absolutamente tranquilo, calmo.
O sr. tem ideia do motivo de ele ter praticado esses crimes?
Muitas pessoas sonham em ser polícia. Alguns realizam esse sonho, mas vários ficam com um sentimento de que a Justiça não foi feita. Infelizmente, há uma minoria que, por causa dessa decepção, acaba desviando o caminho e se tornando justiceiro.
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