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Após dez anos, obra do largo da Batata fica só para 2013

Com alterações, área vira alvo de empresas

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

O comerciante Paulo Koji Ito, 73, toca o negócio da família no largo da Batata desde 1954. Nos últimos anos, ouviu que a região no coração de Pinheiros, zona oeste paulistana, ganharia cara nova, com amplos espaços arborizados e praças.

Ao olhar o vaivém de caminhões e tratores, o dono da Casa Ito, de roupas e calçados, acredita que "agora vai".

Passados dez anos -três mandatos de prefeito- e gastos de R$ 55 milhões, as obras de revitalização da região, porém, só devem ser totalmente entregues pelo próximo governante, em maio de 2013.

De 2009 para cá, a reforma foi paralisada pelo menos três vezes por motivos que vão de impasses judiciais, acidente nas obras do metrô, em 2007, e a investigação de um suposto sítio arqueológico.

O reflexo das obras: interdições de ruas, trânsito e poeira. Segundo a gestão Gilberto Kassab (PSD), o custo final chegará a R$ 145 milhões.

O projeto foi idealizado em 2001, na gestão Marta Suplicy (PT), quando o arquiteto Tito Lívio Frascino ganhou um concurso. As sondagens da área começaram no ano seguinte e, de lá para cá, o projeto sofreu alterações.

A região ganhará um terminal de ônibus ao lado da estação Pinheiros do Metrô e uma praça com um espaço cultural na rua Martin Carrasco, onde lojas dos anos 1950 resistem em meio às obras.

O arquiteto disse à Folha que uma das principais mudanças ocorre na área da antiga Companhia Agrícola Cotia, que fica ao lado do mercado municipal de Pinheiros.

Em vez de um centro cultural permanente inicialmente planejado, o espaço deve ganhar um empreendimento comercial. "Essa foi uma das principais modificações, o que descaracterizou um pouco o projeto inicial. A área foi devolvida aos donos, que tiveram a ideia de fazer um shopping", diz Frascino.

A VR Benefícios, dona da área, disse que não há definição e que as obras ali são apenas de fundações do terreno.

O governo promete entregar neste ano o terminal, já o calçadão da Martim Carrasco ficará para o ano que vem.

A revitalização do largo da Batata está prevista na Operação Urbana Faria Lima, plano de requalificação da área, o que fez crescer os olhos do mercado imobiliário.

Com isso, lojas populares já dão lugar a prédios empresariais. Tudo muito diferente dos anos 1990, quando a área era ocupada por camelôs, no ápice de sua degradação.

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