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Depoimento

Som de pássaros foi 'engolido' pelo barulho dos caminhões

MARINA GURGEL
DE SÃO PAULO

Desde maio, minha rua virou um inferno. Saí de casa numa segunda-feira e fui surpreendida por placas de "não estacione" colocadas na calçada, enquanto os carros eram guinchados. Nenhum morador tinha sido avisado.

Moro na rua Paraopeba e me sentia morando em cidade do interior, onde os barulhos mais altos eram aviões, passarinhos e a tosse crônica do meu vizinho.

Hoje esses sons são sufocados pelo barulho de carros, ônibus e caminhões que passam por ali em grande quantidade por causa do desvio de obras na rua Sumidouro.

A casa treme tanto que as paredes têm uma decoração própria com rachaduras, além da poeira preta que insiste em grudar nas janelas.

Quando consigo dormir, tenho poucas horas de sono até as 7h, quando os motoristas já começam a buzinar.

Sair de casa e ir até o metrô se tornou uma aventura.

As ruas fecham e reabrem sem aviso e as calçadas se não estão esburacadas viram uma mistura disforme de cimento e cascalho. A rua Capri reabriu para pedestres com um caminho sobre tapumes até a estação Pinheiros. Sei que as mudanças deixarão o bairro melhor, mas é irritante ver que não há organização.

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