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Marleyse, estudante da Brasilândia, é escolhida 'top periferia' de São Paulo

LÍVIA SAMPAIO
DE SÃO PAULO

Depois de tomar calote dos organizadores de um concurso de beleza negra, em 2010, a estudante Marleyse Morais, 20, jurou que nunca mais competiria por coroa alguma.

Acabou mudando de ideia e, anteontem à noite, foi eleita a mais bela das "quebradas" paulistas em uma competição organizada pela Central Única das Favelas, a "Top Cufa Brasil 2012".

Moradora da Vila Brasilândia, na zona norte, a jovem de "quase" 1,71 m e rosto de boneca fez inscrição pelo Facebook e foi uma das 22 selecionadas entre 800 pleiteantes da capital, Grande São Paulo e litoral. Todas têm entre 18 e 22 anos e tiveram de informar o CEP para comprovar que vivem mesmo na periferia.

As escolhidas foram pegas em casa de manhã cedo e levadas de van à Casa das Caldeiras, na Água Branca, zona oeste, onde desfilaram primeiro de jeans e camiseta e, depois, de biquíni.

Na "fila A", jurados convidados como a cantora Sandra de Sá e o estilista Jum Nakao fizeram anotações em uma planilha que incluía charme e desenvoltura nos quesitos.

Com a bênção deles, Marleyse desbancou beldades como Laís Natália, 18, de São Miguel Paulista (zona leste), e Pamela Lino, 21, representante do Jardim Panorama, na região do Morumbi (zona oeste) -segunda e terceira colocadas, respectivamente.

Em setembro, a campeã da etapa irá ao Rio para a final do concurso, contra representantes de todos os Estados. A vencedora levará contrato com agência e book de fotos.

"Ralo muito para pagar as contas", desabafa Marleyse, que emenda noites de trabalho em baladas com dias sorrindo em estandes de feiras e eventos. Tudo de salto alto. É com esse aperto que consegue pagar o curso de biomedicina na Uninove.

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