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Evento da Nike põe vigas em prédio tombado

Estrutura que prenderá obra inspirada em tênis não teve aval do patrimônio histórico

FABIO BRISOLLA
DO RIO

Uma intervenção relâmpago na estação de trens da Leopoldina -construção histórica, tombada, situada no centro do Rio- foi realizada sem a avaliação do órgão estadual de patrimônio.

Em 72 horas, cinco vigas de aço foram instaladas no interior da estação para atender a um evento cultural promovido pela Nike, programado para ocorrer entre 10 de setembro e 14 de outubro.

Desativada há oito anos, o espaço da estação Barão de Mauá, inaugurada em 1926, é administrado pela Supervia, concessionária de trens urbanos do Rio, que alugou o espaço para o evento por um período de dois meses.

Na última sexta (24), os operários concluíram a acoplagem dos perfis de aço. As vigas estão sustentadas nas paredes da antiga estação.

Uma das funções da estrutura metálica é prender a instalação do artista plástico Ernesto Neto, que teve como inspiração para sua obra um novo tênis da empresa. O mesmo trabalho já ficou exposto em Londres, durante os Jogos Olímpicos.

Em nota, o Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural) informou que solicitou à Supervia e aos produtores "a apresentação dos laudos e projetos" associados ao evento e que só se pronunciará após a obtenção esses documentos. Já a Supervia diz que a estrutura metálica "não prejudica o bem tombado".

O diretor de comunicação da Nike na América Latina, Mário Andrada e Silva, frisou que os detalhes do projeto foram aprovados pelos órgãos competentes. "Ainda estamos montando o evento. Se for necessário mudar alguma coisa em função do patrimônio histórico, mudaremos."

Hoje, especialistas do CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia) devem ir até o local para avaliação.

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