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Barulho 24 horas

Há 5 anos, vizinhos de dois bares da rua Augusta brigam para que os locais cumpram a lei; já recorreram à prefeitura e à polícia, mas nada aconteceu

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Há quase cinco anos, moradores de um prédio de 12 apartamentos da rua Augusta, no centro de São Paulo, lutam contra um aborrecimento: dois bares que funcionam ininterruptamente, lado a lado, no térreo do edifício.

Não importa se é domingo, dia santo ou feriado: o Bar do Matão e o Bar 24 Horas ficam abertos, como anunciado, 24 horas por dia.

É principalmente de madrugada que atraem uma multidão de clientes, que costumam ficar na calçada e na rua.

Os vizinhos do edifício Regência, onde funcionam os bares, reclamam do barulho de frequentadores bêbados na soleira do prédio, consumo de drogas, brigas, sujeira na calçada, fumaça e cheiro de gás, falta de higiene.

Mas a principal crítica é quanto ao descumprimento da lei municipal de 1999 que obriga todos os bares da cidade a fecharem à 1h.

"Quando compramos os apartamentos do prédio, em 2008, já existiam os bares, mas não sabíamos que ele funcionava 24 horas por dia. Só depois percebemos o tumulto que é", diz a secretária executiva Vanessa Nogueira, 30, síndica do condomínio.

Eles já recorreram à Ouvidoria da prefeitura, à Subprefeitura da Sé, ao Psiu, à Vigilância Sanitária e à polícia.

Em fevereiro, procuraram o Ministério Público. O órgão pediu à Corregedoria da Prefeitura para averiguar por que os bares tinham licença para funcionar sem restrições de horário, assinada em 2010 pelo Psiu.

A resposta foi que houve um "equívoco". Novos alvarás foram emitidos neste mês, com o horário correto.

TUDO IGUAL

Até ontem os bares continuavam funcionando por 24 horas. O dono dos dois estabelecimentos, Edwal Vitor, 46, diz que desconhece a mudança e que vai recorrer. A prefeitura diz que irá ao local verificar o cumprimento dos novos horários.

O promotor Marcos Lúcio Barreto, que investiga o caso, vai oficiar a prefeitura cobrando essa fiscalização.

Desde que o inquérito foi aberto, em fevereiro, já houve fiscalizações da subprefeitura, da Secretaria do Verde, do Psiu e da Vigilância Sanitária nos bares, que tiveram que fazer reformas e adequações para continuarem funcionando.

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