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Médico é preso suspeito de abuso sexual de pacientes

Mãe e filha dizem à polícia que foram tocadas de maneira desnecessária

Segundo delegada, havia outras quatro queixas contra ele; advogado diz que exames foram normais

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Um médico de 48 anos foi preso ontem em São Paulo suspeito de abusar sexualmente de duas pacientes, mãe e filha, de 49 e 24 anos.

Rogério Pedreiro, que diz ser ginecologista, está inscrito como clínico-geral no CRM (Conselho Regional de Medicina). Ele foi detido em seu consultório no Campo Belo, bairro nobre da zona sul.

Segundo a delegada que o prendeu, Lisandrea Colabuono, da 2ª Delegacia de Defesa da Mulher, as vítimas relataram que o médico as tocou de maneira desnecessária na vagina e no ânus e fez insinuações constrangedoras.

"O médico demorou oito minutos para fazer o exame de toque na vagina da mãe. Esse exame costuma ser muito rápido", disse a policial.

Ao fazer o mesmo exame na filha, segundo relato da vítima à polícia, o médico perguntou se ela sentia prazer. "Ele chegou a dizer que ela devia fazer muito sexo porque tinha o clitóris grande."

A delegada decidiu pedir a prisão preventiva do médico depois de constatar que havia outras quatro queixas semelhantes contra ele, feitas em 2006, 2008 e 2010.

A prisão foi determinada pela 23ª Vara Criminal. O advogado do médico, Rogério Nogueira de Abreu, disse que foram exames clínicos normais (leia texto ao lado).

Pedreiro é suspeito de violação sexual mediante fraude, crime previsto no artigo 215 do Código Penal: "ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima".

GRAVE

"O crime é grave porque o profissional não dá direito de defesa à vítima e a engana, pois ela pensa que tudo o que está acontecendo faz parte do exame", disse a delegada. A pena é de dois a seis anos de prisão em regime fechado.

A consulta de mãe e filha foi em 18 de junho -elas fizeram a denúncia no final de julho. Segundo a polícia, foi a quinta queixa contra ele.

Em todas, as reclamações eram as mesmas. "Não sei porque ele não foi preso antes. Mas ao menos um dos inquéritos chegou à Justiça."

Em um dos casos, uma vítima dizia que o médico inseriu um aparelho para fazer o exame transvaginal e perguntou se ela se masturbava.

Como a resposta foi negativa, ele, segundo a delegada, começou a movimentar o aparelho como um vibrador.

O CRM abriu sindicância para apurar o caso, mas não soube dizer se havia outra denúncia contra o médico.

Colaborou MARINA GAMA

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