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Ranking estimula a excelência nas universidades, dizem especialistas

Presidente de instituto do Ministério da Educação elogiou projeto da Folha que lista as melhores

Avaliação considerou pesquisa, inovação e reputação no mercado; método tem pontos fracos, dizem estudiosos

DE SÃO PAULO

O RUF (Ranking Universitário Folha) ajudará a melhorar o ensino superior no país, afirma o presidente do Inep (instituto do Ministério da Educação responsável pelas avaliações no setor).

Lançado ontem, o RUF é o primeiro ranking de universidades brasileiras. Analisou a qualidade da pesquisa e do ensino, a reputação no mercado de trabalho e a inovação nas instituições de ensino.

"É um instrumento que vai além do sistema atual e faz com que as instituições passem a buscar a excelência, e não apenas a fuga da supervisão", afirmou Luiz Cláudio Costa, que preside o Inep.

Ele se referiu ao mecanismo do Ministério da Educação chamado de IGC (Índice Geral de Cursos), que usa basicamente o desempenho dos alunos de graduação em uma prova (Enade), proporção de professores com doutorado e notas da pós-graduação.

No IGC, as instituição são classificadas em cinco níveis. As que ficam nos dois mais baixos passam por processo de supervisão do ministério.

"Como o ranking mostra com transparência quais são os indicadores avaliados, as instituições podem saber onde devem melhorar", disse Costa, ex-secretário de Ensino Superior do ministério.

Ele afirma que o indicador pode ser aprimorado se consultar também os coordenadores de pós-graduação das universidades, para saber quais escolas estão fornecendo bons pós-graduandos.

Segundo ele, algumas escolas podem ter alta produção científica, mas corpo de pesquisadores antigo, sem contribuição para a renovação da ciência no país.

REGIONALIZAÇÃO

Secretário executivo da Andifes (representante dos reitores das universidades federais), Gustavo Balduino afirmou que o ranking pode ajudar as instituições a localizar seus pontos fracos.

Ele aponta, porém, limitações na metodologia. Uma é que o ranking não consegue captar a relevância da instituição para a sua região.

"Não há universidade mais importante no Amapá do que a universidade no Amapá", disse Balduino. "Ou seja, é melhor ajudar a desenvolver sua região ou criar pesquisa de impacto internacional?"

No RUF, 7 das 10 melhores instituições são federais. A lista foi liderada pela USP.

O presidente da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), Abib Salim Cury, disse que a iniciativa é "positiva, porque permite ao pessoal saber como a sua instituição está".

Para as próximas edições, diz, as instituições poderiam ser consultadas "para ajudar a melhorar os critérios".

O RUF foi criado pelo grupo liderado pelo cienciometrista (área que estuda a produção científica) Rogério Meneghini, em conjunto com a Redação da Folha.

O grupo de Meneghini foi responsável pelo levantamento da produção científica das instituições e da inovação (criação de patentes).

O Datafolha apurou a reputação das escolas entre recursos humanos e cientistas.

(FÁBIO TAKAHASHI)

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