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Bienal de SP inaugura hoje, para convidados, 30ª edição

Evento, que será aberto ao público na sexta, 7, e vai até 9/12, ocupará, além do pavilhão no Ibirapuera, nove espaços fora do parque

DE SÃO PAULO

"Acho bobagem fazer uma Bienal pensando que é preciso grandes estrelas para garantir público", diz o curador venezuelano Luis Pérez-Oramas, responsável pela 30ª Bienal de São Paulo, que é aberta hoje para convidados e na sexta para o público.

Assim, a edição deste ano, que vai até 9/12, não traz nomes de fácil reconhecimento nem apela para a monumentalidade das obras -a maioria está em pequenas salas.

Sob o título "A Iminência das Poéticas", o evento reunirá mais de 3.000 trabalhos de 111 artistas -56 dos quais com obras inéditas.

Para Pérez-Oramas, era importante que o título fosse hermético, de modo a não impor uma "chave" de leitura.

O principal conceito da curadoria pode se resumir na ideia de "constelações": os artistas estão agrupados em torno de temas e questões.

Estes, porém, não estão assinalados no espaço da mostra, deixando que o público trace relações entre as obras.

A Bienal traz também grandes conjuntos individuais.

Entre eles, destaca-se o do brasileiro Arthur Bispo do Rosário (1909 ou 1911-1989). Com 348 peças no pavilhão do Ibirapuera, Bispo, que era paciente psiquiátrico, é tido pelo curador como um dos "emblemas" da exposição.

FORA DO OLIMPO

Além disso, a 30ª Bienal pretende se relacionar com a cidade de maneira até agora inédita na história do evento. Há intervenções em nove pontos da cidade, entre museus e logradouros.

Segundo o curador-associado Tobi Maier, responsável pela maior parte dos trabalhos fora do pavilhão, eles fogem do "olimpo modernista" que representa o edifício criado por Oscar Niemeyer.

Um dos artistas escolhidos para essa seção do evento, o argentino Leandro Tartaglia fez de um caminho pela cidade o seu trabalho.

Em uma van que levará o público do Ibirapuera até a capela do Morumbi (onde está a obra da americana Maryanne Amacher, 1938-2009), os passageiros escutarão uma narração e sons da cidade.

Para Pérez-Oramas, a opção por não trazer nomes conhecidos não afastará os visitantes. "O grande privilégio da Bienal é que ela tem um público assegurado" e isso dá "oportunidade para fazer um trabalho inteligente".

Seu trabalho, porém, esteve ameaçado no começo do ano, quando o Ministério da Cultura pediu o bloqueio das contas da Fundação Bienal por irregularidades em 13 processos de prestação de contas entre 1999 e 2006.

A fundação teria feito mau uso de R$ 32 milhões em verba pública, mas ganhou na Justiça o desbloqueio a tempo de captar a quase totalidade dos R$ 22,4 milhões em que foi orçada a edição.

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