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16 brasileiros são presos em nova rota de ilegais para EUA

14 foram detidos em barco nas Bahamas rumo à Flórida e 2 estavam em terra

Caso reforça suspeita de que ilhas do Caribe vêm sendo usadas para imigração ilegal para os Estados Unidos

ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA

A prisão de 16 brasileiros nas Bahamas, na segunda-feira, reforçou a suspeita de que está sendo desbravada uma nova rota de imigrantes ilegais para os EUA, via Caribe.

Catorze estavam num barco em áreas territoriais do país; dois estavam em terra. São 13 homens e três mulheres: sete de Minas, cinco de Goiás, um do Piauí, um do Maranhão, um de Mato Grosso e um de Mato Grosso do Sul.

Dois já voltaram para o Brasil ontem e os demais devem embarcar na terça-feira.

Com os relatos dramáticos de imigrantes presos e até mortos na fronteira dos EUA com o México, o governo brasileiro trabalha com a possibilidade de um desvio para o Caribe das quadrilhas especializadas em tráfico de ilegais.

As pequenas ilhas têm várias "facilidades", como alta rotatividade de estrangeiros e a proximidade com o Estado da Flórida.

Isso é potencializado pela abertura de voos de Brasília, São Paulo e Rio, por exemplo, para alguns dos países. A Gol, por exemplo, tem voo direto de Brasília para Curaçau.

No caso das Bahamas, a maior vantagem como rota para os EUA é que o pequeno país, a 286 km a sudoeste de Miami, é uma ilha paradisíaca, que vive quase que exclusivamente do turismo e dispensa visto para brasileiros. Basta mostrar, na chegada, o bilhete de ida e o de volta para ter o direito a 15 dias de estada.

O transporte dos ilegais para a Flórida é feito principalmente por mar, pois há um acordo bilateral com os EUA pelo qual os trâmites da imigração são feitos no próprio aeroporto de Nassau, a capital. Como a costa e os portos são mais porosos, as quadrilhas dão preferência a barcos.

Dos 16 brasileiros presos, 14 estavam sendo transportados num barco de tripulação norte-americana, cujo comandante tinha três documentos falsos de identidade.

Os outros dois estavam em terra, mas foram delatados pelos demais.

Além de brasileiros, havia imigrantes ilegais chineses a bordo quando a Guarda Costeira, alertada por uma denúncia anônima, abordou o barco ainda próximo à costa de Nassau.

A embaixada brasileira na ilha tem prestado informações a parentes e amigos, que ligam de diferentes cidades dos EUA, e está dando assistência aos presos, descritos como pessoas simples, com forte sotaque interiorano.

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