Polícia acha mais dois corpos em área onde houve chacina no Rio

Policiais civis encontraram dois corpos na tarde de ontem no parque de Gericinó, próximo à favela da Chatuba, onde seis adolescentes, um cadete da PM e um pastor foram assassinados no último final de semana, em Mesquita, na Baixada Fluminense.

Dessa vez, as vítimas foram localizadas numa área pertencente ao Exército, que informou ter aberto inquérito policial militar sobre o caso.

Segundo a perícia, um dos corpos é de José Aldecir da Silva Júnior, 19, que estava desaparecido desde sábado. Ele foi reconhecido por uma tatuagem. A outra vítima não havia sido identificada.

O chefe da Comunicação Social do Comando Militar do Leste, coronel Saulo dos Santos, afirmou que o Exército investiga se as vítimas foram assassinadas no local ou levadas já mortas até lá. Disse ainda que a segurança na área, que funciona como campo de treinamento, foi reforçada.

Os corpos estavam enterrados e foram localizados após denúncia anônima. Agora, a polícia já contabiliza dez corpos encontrados na região em menos de uma semana.

Peritos disseram acreditar que, pelo estágio de decomposição dos corpos, os crimes tenham ocorrido no sábado ou no domingo.

Ontem, policiais apreenderam dois adolescentes suspeitos de envolvimento com a morte dos seis adolescentes.

Outro suspeito, de 23 anos, já havia sido preso na quarta. Outros 18 adultos e um adolescente foram detidos, a maioria por tráfico, na operação após a descoberta dos corpos.

Ontem, a Justiça decretou a prisão temporária de cinco suspeitos de participação no crime, entre eles o chefe do tráfico na Chatuba. Na decisão, o juiz comparou a brutalidade dos crimes a métodos "praticados pelos nazistas".

Os corpos dos seis adolescentes foram localizados às margens da via Dutra, para onde foram levados possivelmente para despistar a polícia.

Eles estavam desaparecidos desde sábado, quando deixaram suas casas no município vizinho de Nilópolis para ir a uma cachoeira no parque, perto da favela.

Segundo as investigações, eles foram torturados e mortos por se aproximar de uma área usada por traficantes da Chatuba. Nenhum tinha envolvimento com a criminalidade.