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Prefeitura sabe de problema em pilar de prédio há um mês

No dia 11 de agosto, técnicos relataram 'estufamento' de pilastra no subsolo

Interdição não foi feita e problema agora atinge três pilares; nova laje em mezanino pode ter gerado uma sobrecarga

TALITA BEDINELLI
FELIPE SOUZA
MARINA GAMA
DE SÃO PAULO

A Prefeitura de São Paulo já havia constatado há mais de um mês que um pilar no subsolo do edifício Ivany, interditado anteontem na Vila Olímpia (zona oeste da cidade), apresentava problemas.

Em 11 de agosto, técnicos da Subprefeitura de Pinheiros verificaram que uma pilastra onde fica a garagem tinha sinais de "estufamento" (deterioração causada por uma sobrecarga de peso).

O órgão havia sido acionado por moradores, que sentiram tremores no prédio. O fato se repetiu anteontem, quando as cerca de 80 pessoas que vivem no edifício foram retiradas às pressas.

Em agosto, porém, a prefeitura decidiu que não havia riscos e não desocupou o edifício, que tem lojas e 29 apartamentos. Determinou apenas o reforço da estrutura dos pilares. Após os novos abalos, anteontem, os técnicos voltaram e constataram que o problema já afetava outros dois pilares do subsolo.

Para o presidente da Abece (Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural), Eduardo Barros Millen, o estufamento é um sintoma grave de problemas na estrutura do prédio e a desocupação deve ser imediata.

"Em geral, o estufamento acontece quando o pilar fica submetido a uma carga muito grande", afirma ele.

Uma das hipóteses para essa sobrecarga é, segundo moradores, a construção de uma laje no mezanino do edifício, que pertence ao hospital São Luiz e abrigava um cinema.

Para engenheiros, o peso da nova estrutura pode ter causado prejuízos ao pilar.

A subprefeitura confirma a construção da laje e diz que ela foi autorizada e tinha alvará. A nova laje tem estrutura leve, diz, e está sendo construída para substituir outra laje inclinada, mais pesada.

O hospital não confirmou a construção da laje. Afirmou apenas que "realizava uma reforma em área de sua propriedade, sem qualquer acréscimo de carga".

A subprefeitura disse que não houve erro de avaliação por parte dos técnicos em agosto. "Na ocasião, foi efetuado o auto de intimação determinando o reforço da estrutura dos pilares da garagem, não havendo necessidade de interdição na data."

Ontem, a Polícia Científica esteve no local para recolher material para a elaboração de um laudo. "Baseado no laudo é que poderemos afirmar se houve ou não um erro de engenharia", informou o coronel Jair Paca de Lima, chefe da Defesa Civil municipal.

O prédio terá que passar por reformas emergenciais. Moradores aguardam em hotéis ou em casas de parentes.

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