Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Prédio pode ficar interditado por 40 dias

Previsão feita anteontem pela Defesa Civil era que o edifício Ivany (Vila Olímpia) ficaria desocupado por até dez dias

No hotel, moradores se viram com poucos pertences e vivem agonia de não saber quando irão para casa

Apu Gomes/Folhapress
A consultora de vendas Patricia Otero Loiola e o filho Vitor, hospedados no hotel Mercure após saírem de apartamento
A consultora de vendas Patricia Otero Loiola e o filho Vitor, hospedados no hotel Mercure após saírem de apartamento

DE SÃO PAULO

Os moradores do edifício Ivany, na Vila Olímpia, desocupado anteontem após estalos e tremores, poderão demorar até mais de 40 dias para voltar para suas casas.

Anteontem, o coronel Jair Paca de Lima, da Defesa Civil, havia dito que a interdição levaria de oito a dez dias, mas a perspectiva mudou.

"A estimativa é de que as obras emergenciais sejam concluídas entre 15 e 40 dias", informou, por meio de nota, a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras.

As obras emergenciais -basicamente, o reforço dos pilares do subsolo- começaram ontem. Após o término das obras, o hospital São Luiz terá de apresentar laudos que comprovem a segurança do prédio, que será vistoriado.

VIDA NO HOTEL

A maioria dos cerca de 80 moradores do prédio foi para a casa de parentes e amigos, mas parte deles aceitou a hospedagem em hotéis da região paga pelo São Luiz -o hospital não disse quantos.

Um deles é a corretora de imóveis, Claudia Bipphi, 51, que está hospedada em um hotel a cerca de 100 m do prédio, com o marido e dois filhos em dois quartos.

"O transtorno é não ter suas coisas e não saber se a gente vai poder voltar para o prédio", disse Claudia, que não trabalhou nos últimos dois dias e teve de comprar roupas para o marido trabalhar e os filhos irem à faculdade.

Ontem, ela e outros moradores voltaram ao prédio para pegar mais pertences, inclusive documentos. A entrada era liberada pela Defesa Civil, mas o tempo de permanência era curto -no caso dela, de apenas cinco minutos.

Como ela, outros saíram anteontem do prédio levando pouca coisa. "Não peguei nada. Tive que me trocar na rua e, quando cheguei ao trabalho, levei bronca porque não fiz a barba, mas não contei o que aconteceu. Fiquei com vergonha", diz Victor Pedro Loiola Anunciato, 17.

Sua mãe, a consultora de vendas Patrícia Otero Loyolla, 42, que foi para o hotel com o filho e a mãe, não trabalhou nos últimos dois dias e disse ter conseguido pegar roupas apenas para quatro dias.

"Estamos todos perdidos. Ninguém sabe o que vai fazer", diz a moradora.

Segundo moradores, o hospital paga as diárias, mas não cobre outras despesas, como alimentação e lavanderia.

CASA DE PARENTES

Um dos moradores que preferiram ir para a casa de parentes e amigos foi a professora aposentada Maria de Lourdes Dower Nassar, 71, que irá morar provisoriamente com o irmão, Edson Dower, 73. "Estou nervosa, mas não é para menos. Não sei quando poderei voltar", disse.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.